De acordo com Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), o primeiro trimestre deste ano no Estado registrou maior quantidade de chuva desde de 2009.
A fundação afirma que, até então, já foram acumulamos 657,8 milímetros de chuva. Além disso, a Funceme ainda revela que o primeiro trimestre de 2024 já tem precipitação acumulada maior que outros anos inteiros, como é o caso de 2012, primeiro ano da seca mais longa da história do Ceará, no qual teve apenas 365,1 mm nos 366 dias daquele período.
O Ceará possui uma média atual de 809,1 milímetros de chuva, onde a maior parte deste volume de água acontece na quadra chuvosa, que acontece entre fevereiro e maio, concentrando 67% do que se espera de precipitação. No entanto, o meses que, normalmente, registram mais chuvas são, respectivamente, março, abril, fevereiro e maio.
Apesar da boa quantidade de chuva, o esperado era justamente o contrário, em decorrência ao fenômeno El Niño, responsável pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico, fazendo com que a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), principal responsável pela criação de chuvas no nordeste brasileiros, se afaste.
No entanto, um fenômeno não esperado fez com que Oceano Atlântico também ficasse hiperaquecido, afetando ZCIT e colaborando para criação de chuvas no Estado. Até então, fevereiro registrou 230,6 mm de chuva, sendo 90% a mais do que a média. Já o mês de março teve 33,5 mm, sendo uma variação positiva de 13,1%. Enquanto abril registrou, até o momento, 193,7 mm, estando 1,6% acima da normalidade climatológica.
Além de tudo isso, o volume de chuvas está bem distribuído por todas as regiões hidrográficas do Ceará. Até então, 10 dos 12 locais estão marcando precipitação acima do que era esperado para fevereiro a abril, sendo o principal destaque a região do Litoral estando 42% mais que a média, Curu com 37,5%, Baixo Jaguaribe estando 37,1% acima, Metropolitana com 36,8%) Coreaú com 32,8% e Salgado registrando 32,6%.
Tudo isso fez com que 69 dos 157 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) estejam sangrando, fora outros 13 reservatórios que já ultrapassaram 90% da sua capacidade, e ainda podem passar do seu limite. Até o momento, o açude do Castanhão, o maior reservatórios da América Latina, está com 33,55% de sua carga, enquanto o reservatório de Orós, chegou a 72,43% e Banabuiú, que possui o terceiro de maior porte no Estado, está com 41,24%. Por fim, ainda o Araras, que já está comletamentecheio desde 10 de abril.
Quantidade de chuva no Estado entre fevereiro e março desde 2009:
- 2009 – 726,4 mm
- 2010 – 258,8 mm
- 2011 – 519,7 mm
- 2012 – 275,8 mm
- 2013 – 270,2 mm
- 2014 – 369,7 mm
- 2015 – 378,5 mm
- 2016 – 274,5 mm
- 2017 – 472,6 mm
- 2018 – 540,2 mm
- 2019 – 597 mm
- 2020 – 645,6 mm
- 2021 – 438,6 mm
- 2022 – 512,6 mm
- 2023 – 597,8 mm
- 2024 – 657,8 mm (dados registrado até o dia 22 de abril)
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