Acontecendo de fevereiro a maio, o período chuvoso no Ceará em 2024, segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), se encerrou com 764,8 milímetros acumulado, sendo 25,6% superior à média de 609,2 mm. Além disso, esse resultado é o melhor desde 2009, período em que o Estado registrou 966,7 mm de chuva.
Quando se compara todos os meses da quadra chuvosa, maio, normalmente, possui uma média de 90,7 mm de precipitações, em 2024, o período foi encerrado com 74,6 mm, sendo classificado como “em torno da média”. Enquanto abril esteve na categoria de “acima da média”, quando marcou 226,1 mm e dentro da média histórica registra 190,7 mm. Já em março, o Estado teve chuvas de 233,3 mm, quando geralmente acontece 206,5 mm de precipitações.
No entanto, o maior destaque no período chuvoso de 2024 foi o fevereiro, que, normalmente, registra chuvas de 121,3 mm durante todo o mês, mas neste ano teve quase o dobro da média, com 230,7 mm.
A macrorregião do Litoral de Fortaleza foi onde as chuvas forma mais intensas, no qual, dentro da normalidade, se registra 827 mm e em 2024, foi observado 1.248,5, tendo um aumento de 51%. Já o segundo local com mais chuvas foi o Litoral do Pecém, registrando 999,6 mm, e estando acima da média de 676,5 mm.
Meteorologista no Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Morgana Almeida, afirma que, mesmo com a ocorrência do El Niño, outras condições foram responsáveis por essa quantidade de chuva em 2024. “Um desses fatores foi a atuação da ZCIT (Zona de Convergência Intertropical). A ZCIT esteve mais ativa e favoreceu a ocorrência de chuva por conta das águas do oceano Atlântico estarem mais aquecidas”, esclareceu a meteorologista.
Além disso, Almeida também comentou que esse resultado, contrariando as previsões, aconteceu devido a anomalias positivas de temperatura do oceano Atlântico, que ocasionou em sua maior influência ao invés do Pacífico. Nos meses seguintes para a quadra chuvosa, a meteorologista diz que há uma probabilidade de configurar a La Niña, coincidindo com a entrada no período mais seco.
De acordo com a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), a boa quantidade de água trazida pela quadra chuvosa de 2024 fez com que todos os açudes monitorados registrassem um aporte de 9,45 bilhões de metros cúbicos, sendo o melhor resultado em 15 anos.
Contudo, apesar da boa quantidade de chuva, ainda há 20 reservatórios com estão armazenamento abaixo de 30% no Ceará. A maioria deles estão localizados nas bacias do Alto Jaguaribe e Sertões de Crateús, sendo os menores volumes de, respectivamente, de 37,2% e 23,8%.
Por outro lado, os reservatórios do Estado registram 56,9% de agua armazenada, no qual 50 açudes estão sangrando e 32 estão acima de 90% de sua capacidade. O principal reservatório do Ceará, o Açude Castanhão, após o período chuvoso de 2024, está com 36,3% de seu volume.
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