Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através dos dados preliminares do Censo Demográfico 2022, a taxa de fecundidade total no Ceará foi estimada em 1,51 filhos por mulher, número inferior à média nacional de 1,55. Nesse indicador, o Estado ocupa, ao lado de Santa Catarina, a sétima posição entre as Unidades da Federação com menores índices.
Entre os motivos da queda contínua da taxa de fecundidade, estão o adiamento da maternidade, o acesso ampliado a métodos contraceptivos e o aumento da participação feminina no mercado de trabalho. O estudo destaca as mudanças sociais, econômicas e culturais, como justificativas.
Maternidade Tardia
Outro dado que reflete mudanças no comportamento reprodutivo é a idade média da fecundidade. Em 2022, as mulheres cearenses passaram a ter filhos, em média, aos 28,3 anos, um aumento de 5,9% em relação a 2010. No ranking nacional, o estado ocupa a 10ª colocação nesse quesito. A liderança é do Distrito Federal, com 29,3 anos, e por último vem o Pará, com 26,8 anos.

Os dados do IBGE também destacam a tendência de postergação da maternidade e a diminuição do número de filhos. Em 2022, 17,5% das mulheres cearenses de 50 a 59 anos não tiveram filhos nascidos vivos, terceira maior proporção entre os estados brasileiros. Em 2010, esse percentual era de 12,4%.
Além disso, o número médio de filhos tidos por mulheres dessa faixa etária caiu 34,7% em 12 anos, a sexta maior redução no país. A média atual é de 2,5 filhos por mulher, enquanto em 2010 era de 3,8.
Perfil
Em 2022, mulheres brancas no Ceará apresentaram a maior idade média da fecundidade, com 29,2 anos, enquanto as mulheres pretas e pardas registraram médias de 27,8 e 28,0 anos, respectivamente. Todas as categorias apresentaram elevação na idade média entre 2010 e 2022.
Conforme o levantamento, o nível de escolaridade também influencia a taxa de fecundidade. Entre mulheres sem instrução ou com ensino fundamental incompleto, a taxa foi de 1,88 filho por mulher. Já entre aquelas com ensino superior completo, o índice caiu para 1,01. Isso mostra que há uma relação direta entre maior escolaridade e menor número de filhos.
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