Em maio de 2025, o Ceará voltou a apresentar crescimento no número de pessoas físicas inadimplentes, segundo levantamento do SPC Brasil e da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado (FCDL-CE). O aumento foi de 5,4% em relação ao mesmo mês do ano passado, índice inferior à média nacional, que chegou a 6,28%.
Além do crescimento na quantidade de inadimplentes, também foi observada uma elevação no valor médio das dívidas, que atingiu R$ 4.370, um acréscimo de 5,4% em comparação a 2024. Esse cenário é reflexo da inflação persistente e do aumento dos custos do crédito no mercado.
Somado a isso, o número total de débitos registrados, contabilizados pela relação entre CPF e CNPJ, teve um salto de 9,7%. Isso mostra que muitos consumidores negativados continuam contraindo novas obrigações financeiras. O impacto dessa situação se reflete no perfil das dívidas: 60,5% incluem cartões, empréstimos e financiamentos. As contas essenciais, como água e energia elétrica, representam 17,1% das pendências.

Outro fator destacado é a reincidência na inadimplência. Cerca de 85% das pessoas negativadas em maio já haviam enfrentado esse problema nos últimos doze meses, evidenciando um ciclo repetitivo. A pesquisa também mostra que cerca de 32,1% dos inadimplentes no Ceará possuem dívidas inferiores a R$ 500.
No entanto, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que, apesar da retração de 1,5% nas vendas do comércio varejista em abril em comparação a março, o varejo ampliado — que engloba setores como veículos e material de construção — registrou crescimento de 1,5%. Isso contraria a tendência nacional de queda.
No acumulado entre janeiro e abril de 2025, o varejo local cresceu 3,6%. Já o ampliado, 6,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.
“O crédito, apesar das dificuldades, continua sendo o motor de muitas decisões de consumo, e o varejo cearense tem mostrado resiliência”, reforça Freitas Cordeiro, presidente da FCDL-CE.
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