Dados divulgados pelo Ministério da Cidadania e pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) indicam que o Ceará alcançou, em 2025, um marco inédito no mercado de trabalho formal. Pela primeira vez, o total de vínculos com carteira assinada no Estado superou o número de titulares do programa Bolsa Família.
Atualmente, são contabilizados 1.463.099 trabalhadores formais no Ceará, enquanto o número de responsáveis diretos pelo benefício soma 1.345.986. A diferença entre os dois grupos é de 117.113 vínculos, o que representa uma vantagem de 8,7%, com base nos dados referentes a outubro deste ano.
No levantamento, são considerados apenas os titulares do Bolsa Família, sem a inclusão de dependentes como crianças e adolescentes, que não integram a população economicamente ativa. Embora o programa atenda cerca de 3,3 milhões de pessoas no Estado, o número de responsáveis legais permanece inferior ao total de empregos formais registrados.
Apesar do avanço, a redução no número de beneficiários do Bolsa Família ao longo de 2025 não pode ser interpretada como consequência direta da expansão do emprego formal. Entre janeiro e dezembro deste ano, mais de 325 mil pessoas deixaram de receber o benefício no Ceará. Vale destacar ainda os altos índices de informalidade e a concentração de empregos em determinados setores.
Informações da Secretaria do Trabalho do Ceará apontam que o Estado mantém, desde julho de 2025, um quadro em que o número de empregos formais supera o total de titulares do Bolsa Família. Ao longo do ano, foram criadas aproximadamente 54 mil vagas, principalmente nos setores de serviços e da construção civil.
Na avaliação do secretário do Trabalho, Vladyson Viana, o resultado acompanha uma tendência nacional de recuperação do mercado de trabalho, impulsionada pela retomada dos investimentos públicos. “Estamos em um ambiente muito favorável para a geração de renda”, pontuou.
O titular da pasta destaca ainda que o Bolsa Família segue como um mecanismo de proteção social e mobilidade econômica, especialmente por meio da regra de transição. O pagamento de 50% do valor do benefício segue autorizado por um período determinado após a família obter uma fonte de renda. No Ceará, cerca de 138 mil famílias se encontram nesse contexto, com um valor médio mensal de R$ 364 por benefício.
Em nível nacional, o Brasil tem registrado sucessivas reduções no desemprego, alcançando, em novembro, o total de 5,9 milhões de pessoas desocupadas. O número representa uma queda de 12% em relação ao mesmo período de 2024.
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