O Ceará registrou um aumento significativo na diversidade indígena, segundo dados do Censo Demográfico de 2022 divulgados nesta sexta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento contabilizou mais de 56 mil indígenas no Estado, distribuídos entre 140 etnias e 51 línguas originárias faladas ou utilizadas.

Em comparação ao Censo de 2010, o crescimento foi expressivo. Há 15 anos, haviam sido identificadas 93 etnias e 43 línguas. A ampliação reflete, segundo o IBGE, o fortalecimento das identidades e o reconhecimento dos povos tradicionais.
A maior população indígena do Ceará pertence à etnia Tapeba, com mais de 11 mil pessoas. Na sequência, aparecem os Tremembé e os Pitaguari. Outros povos também se destacam em diferentes regiões do Estado.
População indígena por etnia no Ceará:
- Tapeba: 11.189 residentes
- Tremembé: 6.350
- Pitaguari: 6.247
- Potiguara: 5.493
- Anacé: 5.481
- Tabajara: 5.433
- Agrupamento Jenipapo-Kanindé/Payaku: 1.727
- Kanindé: 1.184
- Tapuya-Kariri: 1.038
- Kariri: 782
- Jenipapo-Kanindé: 502
- Agrupamento Guarani (Avá-Guarani, Guarani Kaiowá, Guarani Mbya, Guarani Nhandeva e Tupi-Guarani): 343
- Kalabaça: 329
- Tubiba-Tapuia: 196
- Tupinambá: 178
- Karão-Jaguaribaras: 149
- Guarani: 129
- Warao: 121
- Tupi-Guarani: 117
- Gavião do Ceará: 101
O estudo também mostra que 80,5% dos indígenas cearenses (44 mil pessoas) declararam o nome do povo ao qual pertencem, enquanto cerca de 9 mil não souberam ou preferiram não informar.
Com os novos dados, o Ceará ocupa a 14ª posição nacional em número de etnias identificadas, ficando atrás de estados como o Amazonas, que lidera o ranking.
O avanço na identificação demonstra o fortalecimento cultural e político dos povos originários que vivem no Estado, especialmente em territórios reconhecidos nos municípios de Caucaia, Aquiraz, Itarema, Crateús e Maracanaú.


