Na quarta-feira (20/5), o Ministério da Saúde incluiu a cloroquina e a hidroxicloroquina no protocolo de tratamento para pacientes com sintomas leves de Covid-19. De acordo com o documento divulgado pela pasta, cabe ao médico a decisão sobre prescrever ou não a substância, sendo necessária também a vontade declarada do paciente, com a assinatura do Termo de Ciência e Consentimento.
A pasta considerou a existência de diversos estudos e a larga experiência do uso dos fármacos no tratamento de outras doenças, já que não existe outro tratamento eficaz disponível para a Covid-19.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) autorizou a prescrição em situações específicas, inclusive em casos leves.
Ainda na segunda-feira (18/5), a Associação Médica Cearense (AMC) divulgou uma nota em que se posiciona a favor do protocolo do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos da UFC, e defende o uso da hidroxicloroquina e outros fármacos na fase inicial da Covid-19.
Embora o presidente dos EUA, Donald Trump, defenda publicamente o uso do medicamento, o FDA (Food and Drug Administration), uma espécie de Anvisa daquele País, alertou contra a administração da droga fora de ambientes controlados devido ao risco de causar problemas cardíacos.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou uma nota alertando sobre os riscos que a automedicação pode causar para a saúde. “Não há recomendação da Anvisa, no momento, para a sua utilização em pacientes infectados ou mesmo como forma de prevenção à contaminação pelo novo coronavírus”, diz um trecho do documento.
O Ministério da Saúde mantém a contraindicação absoluta ao uso da hidroxicloroquina na gravidez. Para crianças, a recomendação é priorizar o uso de hidroxicloroquina ao invés da cloroquina.
Ceará
O secretário de Saúde, Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, o Dr. Cabeto, informou que os hospitais públicos cearenses passaram a adotar o uso de Hidroxicloroquina ou Cloroquina como tratamento em algumas fases da Covid-19.
Segundo informações da própria Secretaria de Saúde, desde 10 de abril, em protocolo elaborado pela Escola de Saúde Pública do Ceará e Centro de Inteligência em Saúde do Estado do Ceará, o órgão passou a indicar o uso das substâncias no estágio 3 de internação hospitalar.
De acordo com a nota técnica divulgada pela Secretaria, a indicação é administrar azitromicina ou amoxacilina clavulanato em conjunto com hidroxicloroquina ou cloroquina. Também na rede pública do Estado do Ceará, será obrigatório o uso do medicamento mediante assinatura de termo de consentimento informado e registro em prontuário.
REDE PARTICULAR
Tanto a Unimed Fortaleza quanto o Hapvida, dois dos maiores planos de saúde no Ceará, adotaram o uso do medicamento.
A Unimed prevê que, para ter acesso aos medicamentos, é preciso apresentar o requerimento de um médico com a prescrição, e a assinatura do paciente ou responsável de um termo de consentimento.
Já o Hapvida, que foi o primeira unidade particular a introduzir o uso da hidroxocloroquina, em associação com outras drogas, já na fase inicial da Covid-19, afirmou que a medida apresentou bons resultados na redução da gravidade da doença.
Casos leves: quando o paciente apresenta sinais como coriza, diarreia, febre, perda do paladar e olfato, dores musculares e abdominal, tosse, fadiga e dores de cabeça, mas não precisa de internação.
Casos moderados: quando o paciente tem fator de risco, e apresenta tosse e febre persistentes, com piora de algum dos outros sintomas.
Casos graves: quando o paciente apresenta falta de ar e baixa pressão arterial.
Cloroquina: Sintetizada em laboratório em 1934, o fármaco deriva da quina, árvore usada por indígenas para curar febres muito antes da chegada dos europeus à América.
Hidroxicloroquina: versão aprimorada e menos tóxica da cloroquina, foi desenvolvida em 1946. Indicada para tratamentos de longo prazo, é aplicada nas terapias de doenças autoimunes como artrite reumatoide e lúpus.
EM CASO DE DÚVIDA, NÃO SE AUTOMEDIQUE. PROCURE UM MÉDICO OU LIGUE 136 OU PARA O WHATSAPP: (85) 9.8439-0647.