Na sala Nadir Saboya, anexo do Theatro José de Alencar, acontecerá neste domingo, às 18 horas, a Aula-Espetáculo “Clóvis dos Clowns” com o ator, dramaturgo e diretor teatral, Ricardo Guilherme. O artista é membro da Cadeira de nº 29 da Academia Cearense de Teatro (ACT) que tem como patrono, o saudoso ator de teatro, rádio e televisão, Clóvis Pereira Matias.
“Farei hoje o que eu chamo de TeatrAula” foi o que disse em entrevista, Guilherme que apresentará músicas, exposição de fotos e áudios de Clóvis. A programação contará ainda, com cantação de histórias de cena e fora de cena de Clóvis Pereira Matias que, em 1985, teve um histórico depoimento seu gravado por Ricardo Guilherme.
“Clóvis dos Clowns” tem como tema, a vida e a obra de Clóvis Matias, que foi também, diretor oriundo dos folguedos populares e do circo. Ele era considerado o mestre da comédia de costumes e das burletas, pioneiro dos programas de humor no rádio cearense.
O personagem da Aula-Espetáculo de Guilherme atuou como porteiro do Theatro José de Alencar, de 1973 a 1989. O TJA como é mais conhecido, parecia ser para Clóvis Matias, um novo cenário para comédias. Pois foi do palco para a porta do Theatro José de Alencar que ele trouxe a comicidade das gestas populares.
Quando funcionário do TJA, Clóvis recebia o público com um humor de criança travessa. O comediante que trajava paletó, calça de suspensórios e gravatinha borboleta, tinha uma verve arquetípica do Ceará-moleque. Não é à tóa que era tido como herdeiro dos circos, das burletas e dos folguedos tradicionais.
A performance do recepcionista que faleceu aos 85 anos em 1999, era uma atração à parte, antes e depois dos espetáculos que estavam em cartaz no Theatro José de Alencar. Mesmo sem o típico nariz de palhaço e maquiagem que é de praxe, Clóvis fazia toda e qualquer plateia rir só pela entonação, expressão facial e domínio do ritmo de sua narrativa que dispensavam comentários.
Extremamente hábil em fazer de certas situações um improviso para extrair dos diálogos um efeito cômico, Clóvis Matias tinha por base de formação, a escrita cênica popular. Ele era visto como um clown descolorido que induzia qualquer interlocutor a ser o comparsa de uma anedota. Aqui está um pouco do artista que marcou, e muito, para a História do Teatro Cearense.
* Serviço:
> Aula-Espetáculo “Clóvis dos Clows” com Ricardo Guilherme
> Quando: 24 de Novembro de 2024
> Horário: 18 horas
> Local: Sala Nadir Saboya / Theatro José de Alencar
* Acesso Livre
> As imagens exibidas na matéria são do Arquivo de Ricardo Guilherme.