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Com apoio financeiro e formação, mulheres superam violência e empreendem no Ceará

Foi dentro de casa, no bairro Curió, em Fortaleza, que Regilane Bandeira decidiu escrever um novo capítulo para sua vida. No mesmo espaço onde antes viveu momentos de medo, hoje ela organiza prateleiras, embala roupas e recebe clientes na pequena loja que construiu com esforço e coragem.

“Com o conhecimento que adquiri e com o apoio do Capital Semente, hoje me sinto mais preparada para investir na minha loja. Esse incentivo foi essencial para fortalecer meu negócio e me dar segurança para seguir em frente”, conta Regilane, uma das mulheres beneficiadas pelo projeto Empodera, iniciativa do Programa Integrado de Prevenção e Redução da Violência (PReVio), do Governo do Ceará.

Pela primeira vez no Brasil, um estado destina diretamente recursos financeiros a mulheres em situação de violência doméstica para ajudá-las a começar o próprio negócio. Cada participante que conclui a fase de Empoderamento Econômico e apresenta um plano de negócio recebe R$ 2.000 para investir em equipamentos, insumos ou serviços que impulsionem seu novo caminho profissional.

As beneficiárias são acompanhadas pela rede de proteção do Governo do Estado e vivem em um dos 10 municípios atendidos pelo PReVio: Fortaleza, Caucaia, Maracanaú, Maranguape, Sobral, Itapipoca, Quixadá, Iguatu, Crato e Juazeiro do Norte.

Em Maranguape, Lúcia também está reconstruindo a vida. Depois de tentar empreender sem apoio e ver o sonho ruir, ela encontrou no Empodera o suporte necessário para recomeçar.

“A coordenadora aqui me abriu os olhos. Antes, eu não sabia quanto investir na loja, misturava as finanças e acabei quebrando. Agora eu entendi que o dinheiro do negócio é para o negócio. Foi transformador, até minha ansiedade melhorou”, revela.

O projeto Empodera é dividido em três etapas: primeiro, o Empoderamento Pessoal (três meses), que fortalece a autoestima e os vínculos sociais; depois, o Empoderamento Econômico (quatro meses), com oficinas sobre finanças, mercado, plano de negócio e economia solidária; e, por fim, a fase de Incubadora (três meses), em que as mulheres recebem acompanhamento técnico para consolidar os empreendimentos.

Para o coordenador executivo de Prevenção à Violência, Avilton Júnior, a iniciativa vai além do aspecto financeiro. “Quando o Estado investe na autonomia das mulheres, ele investe em um futuro mais seguro para todos. Esse repasse não é apenas dinheiro. É cuidado, reconhecimento e política pública feita com sensibilidade e planejamento técnico. E isso é pioneiro no Brasil”, afirma.

Sobre o PReVio
O Programa Integrado de Prevenção e Redução da Violência (PReVio) atua com foco na prevenção e redução de crimes, fortalecendo políticas públicas e promovendo o cuidado em territórios vulneráveis. Financiado por meio de acordo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o programa conta com R$ 325 milhões em investimentos, sendo R$ 65 milhões de recursos estaduais.

O PReVio reúne 54 projetos voltados a públicos prioritários, como jovens em situação de vulnerabilidade, mulheres, pessoas negras, indígenas, LGBTI+ e outros grupos historicamente marginalizados. As ações são realizadas em articulação com escolas, lideranças locais e a rede de proteção, buscando criar ambientes mais seguros e oportunidades reais de transformação.

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