A presença de mais de nove mil internos em atividades laborais tem transformado o sistema prisional do Ceará em um polo de interesse para a indústria local. A procura por vagas dentro das unidades ultrapassa a oferta e há fila de empresas aguardando espaço para operar.
No setor de confecção a movimentação aparece de forma mais evidente. Quinze empresas atuam atualmente na produção de peças de vestuário dentro dos presídios, sendo quatro delas iniciadas neste ano. Outras dez aguardam ampliação das áreas disponíveis para também integrar detentos às suas linhas produtivas.
Como resposta à expansão dessas iniciativas, o Governo Federal lançou o Programa Seja Pro+ Trabalho e Emprego, em parceria com o Sesi. A proposta é fortalecer o acesso de pessoas privadas de liberdade à Educação de Jovens e Adultos (EJA) e à qualificação profissional.

No Ceará, a oferta será de 1.500 vagas destinadas, sobretudo, a jovens e adultos em situação de vulnerabilidade. A distribuição será dividida entre Região Metropolitana de Fortaleza (700), Sobral (400) e Juazeiro do Norte (400). A remuneração dos apenados segue o modelo que destina 75% do salário mínimo ao trabalhador: 25% ficam com a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), 25% compõem poupança para uso após a pena e 50% são repassados às famílias.
Durante a solenidade de lançamento, realizada na Unidade Penal Professor José Jucá Neto (UP Itaitinga V), foram entregues dois novos galpões industriais. As estruturas foram construídas em parceria com o Senai-CE, com recursos do Projeto de Capacitação Profissional (Procap)e do Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Fecop), para ampliar a capacidade de formação técnica dentro da unidade.
Na avaliação do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, o Ceará tem se tornado referência na organização do sistema prisional. Segundo ele, o objetivo é levar o programa a todos os estados, ampliando oportunidades de reinserção social por meio da capacitação. Além dessa política, o Governo Federal desenvolve um projeto voltado ao letramento digital da população carcerária.
O secretário da Administração Penitenciária do Ceará, Mauro Albuquerque, colocou o Estado à disposição para sediar o piloto. Atualmente, 180 internos já cursam Ensino Superior à distância em espaços equipados com conectividade.
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