
O comércio varejista do Ceará finalizou o mês de julho de 2025 com uma pequena elevação de 0,2% em comparação com junho, em um contexto de retração nacional de -0,3%. Os números, divulgados ontem (11/09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) por meio da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), indicam que o setor no Estado continua em uma trajetória de crescimento moderado, sustentado principalmente pelo desempenho de áreas específicas.
Na comparação com julho de 2024, o volume de vendas no varejo cearense teve avanço de 2,1%. O acumulado do ano atingiu 3,0%, enquanto o resultado dos últimos 12 meses chegou a 4,4%, demonstrando consistência na expansão mesmo diante de desafios macroeconômicos, como juros elevados e a renda das famílias ainda em fase de recuperação.
Cinco dos oito segmentos analisados apresentaram crescimento em julho em relação ao mesmo mês de 2024. O destaque foi para artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, que registraram expressiva alta de 11,6%, seguidos por combustíveis e lubrificantes (5,9%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,9%), além de tecidos, vestuário e calçados e móveis e eletrodomésticos, ambos com acréscimo de 0,8%.
Entretanto, alguns setores ainda impactam negativamente o desempenho geral. O segmento de hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que tradicionalmente possui grande participação no consumo das famílias, recuou -0,5%. Já livros, jornais, revistas e papelaria tiveram queda de -20,1%, enquanto equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação diminuíram -6,9%, refletindo mudanças nos hábitos de consumo e maior digitalização.
Considerando os dados do comércio varejista ampliado que engloba veículos, motos, autopeças, material de construção e atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo, o desempenho foi mais consistente. O setor cresceu 1,9% em julho em relação ao mês anterior, com alta de 3,5% frente a julho de 2024.
No acumulado do ano, o varejo ampliado registra alta de 4,7%, enquanto nos últimos 12 meses o crescimento alcança 5,6%. Entre os destaques estão veículos e motos, autopeças, com aumento de 3,9% em 12 meses, e o atacado especializado em alimentos, bebidas e fumo, que teve forte expansão de 7,4%. O ponto negativo é o segmento de material de construção, que acumula retração de -4,2% no período.
Em nível nacional, o volume de vendas do comércio varejista teve variação de -0,3%, consolidando o quarto resultado negativo consecutivo. A média móvel trimestral repetiu esse mesmo percentual (-0,3%). Na comparação com julho de 2024, o volume de vendas do varejo subiu 1,0%, sendo a quarta alta seguida. No acumulado do ano, o setor registra crescimento de 1,7%, e em 12 meses, de 2,5%.
No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, autopeças, material de construção e o atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas aumentou 1,3% em julho frente a junho. A média móvel apontou recuo de 0,6%. Em relação a julho de 2024, houve queda de 2,5%. No acumulado do ano, o varejo ampliado soma -0,2%, e nos últimos 12 meses, alta de 1,1%.