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Comércio exterior do calçado brasileiro registra alta no volume e oscilações na receita

No primeiro semestre deste ano, o Ceará solidificou sua posição como o segundo maior exportador de calçados do Brasil, ficando atrás apenas do Rio Grande do Sul. Segundo levantamento da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as fábricas do estado enviaram para o exterior 15,37 milhões de pares entre janeiro e maio. O avanço é de 11,2% frente ao mesmo período do ano passado.

Apesar do crescimento em volume, o montante arrecadado com essas exportações apresentou um declínio de 2,3%, totalizando US$ 90 milhões. Essa redução nos valores é atribuída à forte competição global e à desvalorização dos produtos brasileiros no mercado externo, fatores que pressionam o faturamento do setor.

Analisando o desempenho do mês de maio, percebe-se uma redução de 3,6% no total de pares exportados, que somaram 1,77 milhão. No entanto, a receita obtida cresceu 11%, chegando a US$ 16,47 milhões. Esse contraste indica que, mesmo com menor volume, o preço médio dos calçados cearenses melhorou.

Comércio exterior do calçado brasileiro registra alta no volume e oscilações na receita
Foto: Divulgação

Cenário Nacional

No âmbito nacional, as exportações de calçados do Brasil continuam em expansão, com 45,83 milhões de pares comercializados no acumulado do ano até maio, uma alta de 6,8% em relação ao mesmo período de 2024. A receita do setor somou US$ 427,18 milhões, um aumento de 1,7%. Entretanto, o mês de maio trouxe sinais de desaceleração, com queda de 7,6% no volume exportado e leve alta de 2,7% na receita, que atingiu US$ 78,16 milhões.

Nesse sentido, Haroldo Ferreira, presidente-executivo da Abicalçados, destaca o impacto da guerra tarifária entre Estados Unidos e China no comércio internacional de calçados. “A guerra comercial redireciona compradores norte-americanos para outros mercados, como o brasileiro. Mas a China tem reagido, intensificando exportações para a América Latina e até para o Brasil, com preços muito competitivos, o que prejudica nossas vendas externas”, explica.

Mercado

Em maio, os Estados Unidos recuperaram a liderança como principal destino dos calçados brasileiros, adquirindo 1,26 milhão de pares, uma alta de 37,4% no volume. A receita gerada foi de US$ 23,67 milhões, o que indica um crescimento de 49,2%. No acumulado do ano, as compras norte-americanas somam 4,8 milhões de pares, com faturamento de US$ 91 milhões.

A Argentina, embora tenha apresentado recuo no mês de maio, permanece à frente no acumulado anual, tendo importado 5,74 milhões de pares. Isso representa um aumento de 47,1% no volume e uma receita de US$ 93,86 milhões, uma alta de 17,8%.

Já o Paraguai, que ocupa a terceira posição entre os principais compradores, registrou queda em maio, com 566 mil pares exportados e receita de US$ 3,6 milhões. Respectivamente, os recuos são de 23,7% e 11,7%. No entanto, o país acumula alta de 21,5% no volume anual, mesmo com retração de 1,2% na receita.

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