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Condenada pelo STF, Carla Zambelli busca atuação política na Europa

Nesta terça-feira (03/06), a deputada federal Carla Zambelli (PL – SP) anunciou que deixou o Brasil e seguirá para um país europeu, que não foi revelado, onde pretende continuar sua atuação política. Para isso, vai solicitar uma licença não remunerada da Câmara dos Deputados, com o objetivo de denunciar o que considera uma “falta de liberdades” e “censura” que, segundo ela, acomete o Brasil atualmente.

A parlamentar, que recebeu uma pena de 10 anos de prisão determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que sua saída não é uma desistência, mas uma estratégia para manter sua voz ativa. A condenação se deu pela invasão de sistemas e manipulação de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

“Gostaria de deixar bem claro que não é um abandono do país. Não é desistir da minha luta. Muito pelo contrário. É resistir. É continuar falando o que eu quero falar. Voltar a ser a Carla antes das amarras que essa ditadura nos impôs”, explicou. A deputada afirmou que usará seu período fora do país para denunciar internacionalmente a perseguição política que, segundo ela, atinge integrantes da direita no Brasil.

Condenada pelo STF, Carla Zambelli busca atuação política na Europa
Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

No processo judicial, Zambelli foi acusada de liderar, junto ao hacker Walter Delgatti, condenado a mais de oito anos de prisão, uma invasão ao sistema do CNJ com o propósito de inserir documentos falsos, como alvarás de soltura e mandados de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. A condenação foi unânime, e além da prisão, a parlamentar deverá perder o mandato e pagar indenizações. Juntos, Zambelli e Delgatti devem arcar com o valor de R$ 2 milhões por danos morais e coletivos.

Além desse processo, Zambelli enfrenta outras ações judiciais, incluindo uma condenação por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal, com pena de prisão em regime semiaberto. Há ainda a possibilidade de perda do mandato após decisão do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE – SP) por disseminação de desinformação nas eleições de 2022, ainda pendente de recursos.

A defesa da deputada contesta a decisão, alegando que as provas se baseiam em depoimentos contraditórios do hacker e que não há evidências técnicas ligando Zambelli à falsificação dos documentos. Em sua fala pública, a parlamentar também mencionou condições de saúde que, segundo ela, dificultariam sua sobrevivência na prisão, como a síndrome de Ehlers-Danlos, depressão e uma síndrome cardíaca.

“Pedi relatórios aos meus médicos, e eles são unânimes em afirmar que eu não sobreviveria à cadeia. (…) Se acontecer de ter a prisão, vou me apresentar. Mas não me vejo capaz de ser cuidada da maneira como devo ser cuidada”, disse.

Apesar da condenação, não há mandado de prisão ativo contra ela. Anteriormente, seu passaporte havia sido apreendido, mas foi devolvido em 2023, permitindo a viagem ao exterior.

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