O Índice de Confiança de Serviços (ICS) registrou alta de 0,5 ponto em dezembro, na comparação com novembro, considerando a série com ajuste sazonal. Com o resultado, o indicador alcançou 90,6 pontos, marcando a segunda elevação consecutiva, segundo dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira (30/12). As informações foram reunidas entre os dias 1º e 23 de dezembro.
Na média móvel trimestral, a confiança do setor também apresentou avanço de 0,5 ponto, passando para 88,9 pontos. De acordo com o economista do FGV IBRE, Stéfano Pacini, o desempenho sinaliza um ambiente mais favorável para os serviços no encerramento do ano, embora o movimento não seja homogêneo entre os segmentos.
“O setor vem respondendo melhor ao cenário macroeconômico complexo, porém é cedo para esperar grandes avanços da atividade para os próximos meses num ambiente de restrição da política monetária que impacta principalmente o consumo e a confiança das famílias”, explicou.
Conforme a FGV, o resultado positivo do ICS foi sustentado exclusivamente pela melhora da percepção sobre o momento atual. O Índice de Situação Atual (ISA-S) avançou 1,9 ponto, atingindo 95,0 pontos, o maior nível desde março deste ano. Já o Índice de Expectativas (IE-S) recuou 0,9 ponto, para 86,5 pontos, encerrando uma sequência de três altas consecutivas.
Entre os componentes do ISA-S, o indicador de volume de demanda atual subiu 1,5 ponto, alcançando 94,4 pontos, enquanto a avaliação da situação atual dos negócios cresceu 2,3 pontos, para 95,5 pontos. No campo das expectativas, a demanda prevista para os próximos três meses avançou 1,7 ponto, chegando a 86,9 pontos. Por outro lado, a tendência dos negócios para os próximos seis meses recuou 3,5 pontos, ficando em 86,0 pontos.
Comércio
Já o Índice de Confiança do Comércio (Icom) apresentou elevação de 0,2 ponto em dezembro frente a novembro, alcançando 90,1 pontos. O resultado representa a quarta alta consecutiva do indicador no ano. Na média móvel trimestral, a confiança do comércio avançou, com alta de 1,8 ponto, passando para 88,7 pontos.
“A confiança do comércio subiu pelo quarto mês consecutivo, com avanço mais discreto, sustentado apenas pela alta das expectativas. Mesmo em queda, as avaliações sobre o momento atual mantêm avanço frente ao terceiro trimestre, com ligeira melhora na percepção sobre a demanda”, comentou a economista do FGV IBRE, Geórgia Veloso.
Ao longo de 2025, conforme a especialista, a confiança do comércio refletiu um cenário de atividade moderada, marcado pelo aperto monetário e pelo elevado endividamento das famílias. Esses fatores, no entanto, foram parcialmente compensados pelo desempenho positivo do mercado de trabalho. Já a melhora das expectativas estaria associada à perspectiva de flexibilização da política monetária e aos efeitos esperados da ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda no próximo ano.
O indicador de vendas previstas para os próximos três meses cresceu 0,7 ponto, para 88,7 pontos. Já a expectativa sobre a tendência dos negócios nos próximos seis meses avançou 1,3 ponto, atingindo 90,0 pontos, o maior nível desde novembro de 2024.
Por outro lado, o Índice de Situação Atual (ISA-COM) recuou 0,6 ponto, para 91,6 pontos. A avaliação da situação atual dos negócios caiu 2,3 pontos, para 92,6 pontos, após alta no mês anterior. Em sentido oposto, o indicador de volume de demanda atual subiu 1,2 ponto, alcançando 90,8 pontos.
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