A emblemática Semana Santa é um evento de suma importância no calendário do povo nordestino, que é conhecido pela sua fé e pelas suas tradições. Para os fiéis cristãos, esse período vem para lembrar a morte e ressurreição de Cristo, o Filho de Deus que veio para nos trazer salvação e liberdade.
Para marcar o início da festividade, o Domingo de Ramos é um rito que simboliza a entrada de Jesus em Jerusalém dias antes da sua crucificação. É nesse dia que a Semana Santa inicia e grupos de católicos saem nas ruas em procissão com ramos de plantas para a benção. A tradição representa a caminhada do povo junto ao Salvador.
Segundo o calendário litúrgico, a próxima comemoração é a da Sexta-Feira da Paixão. Conforme ensina a tradição cristã, nesse dia Jesus foi levado ao Calvário para ser morto numa cruz levando sobre Si os pecados da humanidade. Nessa data comumente os fiéis se reúnem em jejum e oração em memória ao sacrifício de Cristo.
Por último, para fechar o período festivo é celebrado o tradicional Domingo de Páscoa, que representa a ressurreição do Salvador. Esse é o ápice do Cristianismo e consolida a liberdade do povo de Deus.
Apesar de tantos simbolismos já citados, as tradições que permeiam a época vão muito além e possuem suas particularidades. Ao longo do tempo e com o passar das gerações, hábitos são incorporados nas famílias que passam a reproduzir aquilo que lhes foi ensinado sem nem ao menos saber como surgiram.
Pão de Coco
Durante a Semana Santa a venda de pães de coco cresce devido à alta nas buscas pelo produto. Grande parte da população tem como tradição entregar os pães para amigos e familiares como simbolismo da partilha do pão na Santa Ceia de Jesus.
Outra justificativa para tal prática é a passagem bíblica que mostra a Festa dos Pães Ázimos – ou seja, pães sem fermento – que os judeus consumiam na época pascal. A celebração relembra a saída do povo hebreu do Egito.
Peixe
Em respeito ao sangue derramado de Cristo, católicos do mundo todo se abstém do consumo de carne vermelha durante o período da quaresma, em especial na Sexta-Feira Santa, dando preferência ao peixe. A escolha do alimento está ligada às passagens bíblicas que mostram a multiplicação dos peixes, que era o alimento mais abundante da época.
Malhação do Judas
Conhecido como Sábado de Aleluia, o dia que antecede a Páscoa é marcado pela malhação do Judas. A tradição consiste na confecção de um boneco que é exposto e queimado em via pública para simbolizar o fim trágico de Judas Iscariotes, aquele que entregou Jesus a seus algozes em troca de 30 moedas de prata.
O hábito foi introduzido na América Latina pelos seus colonizadores espanhóis e portugueses. No Brasil é comum enfeitar o boneco com máscaras ou placas com o nome de figuras públicas que não são bem aceitas pelo povo.
Via Sacra
Para os cristãos, a reprodução da Via Sacra representa um exercício de piedade onde os fiéis meditam o caminho percorrido por Jesus rumo ao Calvário. A origem do costume vem desde os primeiros séculos e foi ganhando força a partir das Cruzadas, que aconteceram entre os séculos XI e XIII.
A elaboração do primeiro itinerário que seguia fielmente o trajeto feito por Cristo é datada de 1187, mas apenas no fim do século XIII, os fiéis passaram a separar a Via dolorosa do Senhor em etapas ou estações.