Os estados do Nordeste se mobilizam para fortalecer a presença regional na COP30, realizada em Belém (PA). A participação ocorre por meio de iniciativas que integram o Consórcio Nordeste, que, em setembro, promoveu um encontro no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, com a presença de representantes do Ministério da Fazenda. Na ocasião, foi lançada a Carta Compromisso pela Transformação Ecológica do Nordeste, documento que destaca o papel da região na transição energética, na bioeconomia e na neoindustrialização sustentável.
O texto da carta estabelece diretrizes alinhadas ao Plano de Transformação Ecológica – Novo Brasil e apresenta a Estratégia Brasil Nordeste, que define metas voltadas à ampliação da geração de energia renovável, ao incentivo à agricultura familiar e agroecologia, à preservação da biodiversidade e à segurança hídrica. O documento também propõe o fortalecimento da inovação verde e da economia circular, além de projetar o Nordeste como polo de investimentos sustentáveis e de cooperação internacional no enfrentamento às mudanças climáticas.
Durante o encontro, a gerente de projetos da Secretaria-Executiva do Ministério da Fazenda e presidente do Conselho de Administração do Banco do Nordeste, Sávia Gavazza, ressaltou que a Carta Compromisso consolida o papel político e estratégico da região. “O Plano de Transformação Ecológica é uma agenda de médio e longo prazo que conecta desenvolvimento econômico a uma nova relação com o meio ambiente e à redução das desigualdades. Esta Carta simboliza o compromisso de um Nordeste protagonista de seu desenvolvimento e capaz de transformar riqueza natural e sociocultural em inovação, inclusão e prosperidade”, explicou.
A secretária também destacou a importância do adensamento tecnológico como instrumento de fortalecimento da economia regional. O objetivo é ampliar os investimentos em infraestrutura científica e tecnológica, em parceria com centros de pesquisa e instituições de inovação.
Ações
Entre as ações em andamento, a Chamada de Projetos para Neoindustrialização do Nordeste, vinculada ao Programa Nova Indústria Brasil (NIB) e coordenada pela Sudene, recebeu R$ 127,8 bilhões em propostas, valor quase 13 vezes superior à demanda inicial. A iniciativa contempla empresas de todos os estados nordestinos e abrange áreas estratégicas como hidrogênio verde, bioeconomia e centros de dados sustentáveis, reforçando a capacidade regional de atrair investimentos e gerar emprego qualificado.
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