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Consumo de ultraprocessados gera perdas bilionárias por ano no Brasil

Um levantamento realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revela que o Brasil enfrenta um impacto financeiro devido ao consumo excessivo de alimentos ultraprocessados. A estimativa é que o país desembolse, anualmente, pelo menos R$ 10,4 bilhões em despesas relacionadas à saúde pública.

Entre os gastos estão tratamentos médicos no Sistema Único de Saúde (SUS), aposentadorias precoces e licenças médicas. Em 2019, o estudo apontou cerca de 57 mil mortes prematuras diretamente ligadas ao consumo desses alimentos, o que equivale a cerca de seis óbitos por hora ou 156 mortes diárias.

O estudo, intitulado “Estimativa dos custos da mortalidade prematura atribuíveis ao consumo de produtos alimentícios ultraprocessados no Brasil”, foi conduzido por Eduardo Nilson, pesquisador da Fiocruz, sob a solicitação da ACT Promoção da Saúde. Ele considera os principais custos associados às três doenças crônicas mais comuns, frequentemente ligadas ao consumo de ultraprocessados: obesidade, diabetes tipo 2 e hipertensão arterial. De acordo com dados do Ministério da Saúde, 10,2% da população adulta brasileira sofre de diabetes, 27,9% tem hipertensão e 24,3% enfrentam obesidade.

Consumo de alimentos ultraprocessados gera prejuízos à saúde pública
Foto: Monticello/Getty Images

Esses problemas de saúde geram um custo anual de R$ 933,5 milhões com tratamentos médicos, incluindo internações e medicamentos. Além disso, há um custo de R$ 263 milhões relacionados à previdência social, devido à aposentadoria precoce e licenças médicas geradas por essas condições.

Custos indiretos

Além dos gastos diretos com tratamentos e benefícios sociais, o levantamento estima que a economia brasileira perde R$ 9,2 bilhões por ano devido à morte prematura de indivíduos em idade produtiva. Esses custos indiretos são consideráveis, já que a saída precoce de trabalhadores do mercado impacta diretamente a força de trabalho do país.

Entre os homens, o custo com a mortalidade precoce chega a R$ 6,6 bilhões, enquanto entre as mulheres, o valor é de R$ 2,6 bilhões. Esse desequilíbrio reflete a maior taxa de mortalidade entre os homens, bem como o fato de que eles tendem a se aposentar em idades mais avançadas.

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