Os consumidores de energia elétrica de todo o País devem ter um alívio em suas contas de luz a partir deste mês. Isso porque a bandeira tarifária, que aplica a cobrança extra, sai da cor vermelha para a amarela. Isso fará com que o custo adicional tenha uma queda de R$ 3,00 para R$ 1,50 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) de energia consumidos. No ano passado, os consumidores brasileiros gastaram R$ 14,71 bilhões a mais, devido à cobrança extra nas contas de luz. De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a troca da bandeira deverá gerar uma redução média de 3% no valor da tarifa, em março, e de até 6%, em abril, quando vigorará a verde, e a cobrança extra cessará.
Desde janeiro do ano passado, quando o sistema de bandeiras começou a vigorar, trata-se da primeira vez que saiu do vermelho, cor que indica que o custo da produção de energia no Brasil está elevado. Esta mudança para bandeira amarela demonstra que houve uma melhora no quesito geração. O Governo Federal já havia informado que 21 usinas termelétricas serão desligadas, este mês, uma vez que energia por elas produzida tem um custo muito superior à das hidrelétricas. Para o Ministério de Minas e Energia, a queda no consumo de energia, elevação do nível dos reservatórios e entrada de energia nova no sistema possibilitaram o desligamento das térmicas e a mudança de bandeira.
Viés de baixa
O ministério também afirmou que, no mês que vem, entra em vigor a bandeira verde – que extingue a cobrança adicional nas contas. Semana passada, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, afirmou que a tarifa de energia elétrica “efetivamente está no ciclo de viés de baixa”, ou seja, está caindo. Apesar disso, destacou que, se houver necessidade, termelétricas que foram desligadas podem ser acionadas de novo. “Se porventura houver um desastre no risco hidrológico brasileiro, não significa que não podemos religar as térmicas. A razão de ter regime de bandeiras é que tenhamos flexibilidade para administrar melhor o custo da tarifa de energia elétrica para o consumidor”, afirmou.
O desligamento de algumas das termelétricas em operação no País, fator determinante para a passagem para a bandeira amarela, só foi possível porque, o volume das chuvas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste tem sido bastante elevado. Como nelas estão localizadas as hidrelétricas que respondem por cerca de 70% da capacidade de geração de energia elétrica no País, o nível de seus reservatórios subiu, fazendo com que sua produção tivesse um aumento significativo, barateando o valor final do custo.
O.E.