Tropas da Coreia do Sul e dos EUA iniciaram exercícios militares de larga escala ontem em um teste anual de suas defesas contra a Coreia do Norte.
Pyongyang chamou o treinamento de “movimentação nuclear de guerra” e ameaçou ofensiva total como resposta.
Seul afirmou que os exercícios são os maiores já realizados após o quarto teste nuclear da Coreia do Norte, em janeiro, e o lançamento de míssil de longo alcance no mês passado, que provocaram novas sanções do Conselho de Segurança da ONU.
Kim Jong-un ignorou as críticas ao seu programa nuclear (mesmo aquelas vindas da aliada China) e ordenou prontidão do país na utilização de armas nucleares para enfrentar o que ele considera uma escalada das ameaças de seus inimigos.
A aliança dos EUA com o comando militar da Coreia do Sul disse ter notificado Pyongyang da “natureza não ameaçadora de seu treinamento”, que envolveu cerca de 17 mil soldados norte-americanos e mais de 300 mil sul-coreanos.
O Ministério de Defesa da Coreia do Sul disse não haver sinal de qualquer atividade militar não usual do Norte.
A Comissão de Defesa Nacional da Coreia do Norte declarou que “o Exército e a população da DPRK (República Popular Democrática da Coreia, em português) realizarão uma ofensiva completa como resposta definitiva à movimentação nuclear histérica dos EUA e seus seguidores”, declarou a Comissão de Defesa Nacional da Coreia do Norte à agência de notícias norte-coreana KCNA.
A comissão completou que o Exército do país e a população irão “concretizar o maior desejo da nação coreana, a reunificação, por meio de uma guerra sagrada de justiça”, em resposta a qualquer ataque que possa ser realizado pela aliança Washington-Seul.
É comum que o Norte ameace ações militares em resposta aos exercícios militares anuais do Sul, vistos por Pyongyang como preparação para uma guerra entre os dois países.
O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Hong Lei, pontuou que a Coreia do Norte já tinha realizado ameaças contra o treinamento e completou que Pequim está “extremamente preocupada” com as práticas por ambos os lados.
“A China está ligada à península da Coreia. No que diz respeito à segurança da península, a China está extremamente preocupada e se opõe firmemente a qualquer ação que possa provocar conflitos na região. Nós desejamos que todos os lados mantenham a calma e não incentivem a escalada das tensões”, declarou a jornalistas.
As últimas sanções impostas à Coreia do Norte foram elaboradas pelos EUA e pela China como punição contra o teste nuclear e o lançamento do foguete, que opositores a Pyongyang dizem ser um teste de míssil balístico.
A agência de espionagem do Sul disse que fará uma reunião de emergência hoje para avaliar sua capacidade de resposta a qualquer ataque cibernético do Norte, depois que foram detectadas evidências de tentativas de hackear telefones celulares sul-coreanos.
Seul está em situação de alerta cibernético máximo desde o teste nuclear e o lançamento do foguete.
A Coreia do Sul e o Exército dos EUA desenvolvem a rede de mísseis THAAD (Terminal de Defesa de Área em Alta Altitude).
O.P.Online