A Notícia do Ceará
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Corpo do jornalista Mário Pontes será cremado no Rio de Janeiro

 

Jornalista Mário Pontes / Foto: Reprodução/Internet

 

Um dos maiores intelectuais do seu tempo, o jornalista, escritor, tradutor e pintor de aquarelas, Mário Bezerra Pontes, morreu aos 91 anos de idade, vítima de câncer no pâncreas, nesta quarta-feira (27.09), na cidade do Rio de Janeiro, onde residia.

O velório de Mário Pontes está marcado para às 11 horas desta sexta-feira (29.09), no Memorial do Carmo, na capital carioca e o seu corpo será cremado às 14 horas, por recomendação feita em vida pelo próprio escritor que era casado com Fátima Vidal Pontes. Ele deixa quatro filhos – três do primeiro casamento e um do segundo.

Mário foi considerado um dos mais importantes jornalistas do país, nas décadas de 1970/80. Ele passou por grandes veículos de comunicação no Rio de Janeiro, com destaque para a Revista da Petrobrás e, ainda, para o cargo de editor-chefe dos Cadernos de Cultura e Especial do Jornal do Brasil, onde atuou por mais de 20 anos.

“Temos muito que agradecer a vida do Mário Pontes, um ser humano exemplar, competente e humilde, cuja obra é digna de ser conhecida por todos. Sempre foi fonte de inspiração e guia para todos os seus familiares novarrussenses” externou o também, jornalista, escritor e poeta da Capital do Crochê, radicado em Brasília, João Batista Pontes, um dos primos do consagrado intelectual, que concedeu entrevista (por telefone) para a Rede ANC.

A biografia  

Nascido em 1932, na conhecida Capital do Crochê, distante 300 quilômetros da capital cearense, Mário Bezerra Pontes era filho de um habilidoso marceneiro, um verdadeiro artista da madeira, Raimundo Evangelista Pontes, conhecido por Mestre Mundico Pontes, que também era fabricante de instrumentos musicais (lutiê), além de leitor de jornais, hábito que o filho herdou do pai.

Visto como autodidata, Mário chegou a construir a sua formação educacional por meio da leitura dos jornais que seu pai comprava e de uma coleção de livros. Foi desde a   adolescência que o novarrussense interessou-se pelo jornalismo, área que conseguiu dominar com certa rapidez, a arte da tipografia. Um ser humano que superou as dificuldades da infância, vivida nos Sertões dos Inhamuns, e projetou-se nacionalmente.

Ele começou a atuar no jornalismo, primeiro na capital cearense, onde trabalhou em veículos impressos, a exemplo dos Diários Associados. Mário Pontes era um ser humano que sempre se posicionava contra a devastação de Terra registrada nos dias de hoje. Enfim, Mário era um profissional da imprensa que defendia o meio ambiente e ser humano que superou as dificuldades que enfrentou na infância, vivida nos Sertões dos Inhamuns chegando a projetar-se nacionalmente.

A Literatura

A tradução de mais de 30 livros e artigos sobre diversos temas como filosofia e sociologia fazem parte da produção literária de Mário Pontes que foi, como disse ainda, João Batista, um dos filhos mais ilustres de Nova Russas e, talvez, do Ceará. Sem dúvida, um dos nativos que mais honrou sua terra”, pontuou o primo.

Os sertões e suas peculiaridades foram o foco de alguns livros de Mário, muitos ambientados em sua cidade natal, como o romance “Ninguém Ama os Náufragos”, que teve como tema, a passagem da Coluna Prestes por Nova Russas. A partir de sua  primeira obra “Milagre na Salina”, um conjunto de contos, seguiram-se outros livros, entre eles: “Doce como diabo”, volume de estudos sobre a poesia popular do Nordeste;  “Andante com morte”, composto de quatro ficções: “A morte infinita”, “Sentinelas da noite”, “A engrenagem universal” e “A nova rota da seda”. Teve ainda “Um homem chamado Noel” e, por último, “Balada para urbano”.

 

 

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