Segundo o boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), divulgado no dia 9 de maio, o vírus sincicial respiratório (VSR) foi o principal causador de síndromes respiratórias agudas graves (SRAG) no Ceará durante o mês de abril. O VSR, que afeta principalmente crianças pequenas, está associado à bronquiolite, que é a inflamação nas vias aéreas inferiores dos pulmões.
Entre os dias 6 de abril e 3 de maio, foram registrados 1.056 casos de SRAG no estado, com destaque para Fortaleza (246) e Sobral (175). Crianças de até 4 anos foram o grupo mais atingido, respondendo por 678 dos casos, das quais 266 tinham menos de seis meses de vida.

O pico de infecções pelo VSR foi na semana epidemiológica 17, que corresponde ao período entre 20 e 26 de abril, quando a taxa de positividade chegou a 34,4%. Conforme a secretária da Saúde, Tânia Mara Coelho, a partir de maio, os dados indicam uma tendência de queda.
Para lidar com a alta demanda, o Estado reorganizou a distribuição de leitos hospitalares e firmou uma parceria com a Prefeitura de Fortaleza, que é a cidade mais afetada. “Fortaleza está abrindo os postos de saúde no final de semana para contemplar esses pacientes porque muitas crianças não têm indicação de hospital, e aí podem ser acompanhadas. É importante tratar precocemente para não complicar”, destacou a titular da pasta.
Co-infecções
Neste ano, foi notado um aumento na gravidade dos casos, especialmente entre bebês. As internações estão mais prolongadas e há maior incidência de insuficiência respiratória. O boletim da Sesa também aponta uma elevação nos casos de Influenza A a partir de abril. De acordo com Tânia Mara, essa alta veio mais tarde do que o padrão dos anos anteriores, geralmente observado entre fevereiro e março.
Em relação à prevenção, a vacina contra o VSR para gestantes foi recentemente incorporada ao SUS, com previsão de disponibilidade para o segundo semestre deste ano. Ainda não há vacina para crianças em geral, sendo a proteção restrita a bebês prematuros ou com comorbidades, que recebem um medicamento com anticorpos para reduzir o risco de infecção.
Nesse sentido, a vacinação contra a gripe é o melhor método para a prevenção de SRAG nos primeiros anos de vida. “É importante que os responsáveis levem as crianças para se vacinar. A gente protege que a criança tenha uma gripe e isso venha a complicar com uma infecção bacteriana, que precisa de internamento em alguns casos”, explicou a secretária.
Sintomas
Antes de qualquer coisa, os sintomas respiratórios devem ser avaliados por um pediatra. Entre os sinais de alerta estão respiração acelerada, chiado no peito, febre, tosse e alteração no estado geral da criança. Também é importante evitar contato com recém-nascidos ou bebês de até seis meses caso o visitante apresente sintomas gripais, além de higienizar as mãos e usar máscara.
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