Como uma força gravitacional, o longa indicado à 6 Oscars, exala uma graciosidade voraz, tratando de maneira eloquente sobre certos temas da América, que com certa imprevisibilidade se torna tão atraente quanto selvagem.
Anora (Mickey Madison) é uma prostituta do Brooklyn que se casa impulsivamente com Ivan “Vanya” Zakharov (Mark Eydelshteyn), filho de um oligarca russo. Mas o seu conto de fadas é ameaçado quando a família dele quer anular o casamento ao saber de onde ela veio e o que faz da vida.
Dando um completo nocaute no último take, como se já não bastasse nada, a agora indicada ao Oscar de Melhor Atriz e segunda mais premiada na temporada de prêmios, Mickey Madison entrega uma performance digna de grandes louvores e está colhendo os louros desse feito. Com um magnetismo muito singular, a noite frenética de Ani – Anora é o nome que ela rejeita – se torna parte de um momento muito particular no cinema.
Com habilidade e sinceridade, a trama criada, dirigida e editada por Baker não busca meios termos ou colocar um certo apagamento sobre escolhas e suas consequências, muito menos economizar em como a escalada de situações podem colaborar para a efervescência da narrativa. Não existe sensação de perigo, existe um verniz bastante atraente sobre a sensação de liberdade, erros e intenso prazer, que não foge a nenhum de nós.
Nesse sentido, o conjunto de elenco colabora nessa jornada de Anora, com destaque para Yura Borisov, que faz Igor, um dos capangas do oligarca russo. Sem muito o que dizer mas tendo como agir, o ator imprime nos seus termos uma ternura bruta que não é condizente com a violência, mas no humanismo ferido sobre aquilo que de uma forma ou de outra, ele participa. O ator foi devidamente indicado a Melhor Coadjuvante.
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