Fruto de um trabalho visualmente belo, com sons magníficos e personagens fortes, a ousada proposta de transformar a Terra-média em pura diversão anime em ‘O Senhor dos Anéis – A Guerra dos Rohirrim’ se mostra vencedora o bastante para os fãs e admiradores da obra de Tolkien, pois temos um deleite muito bem acabado que nos remete à tudo que faz desse universo algo único em adaptação cinematográfica há mais de duas décadas.
Feito a partir da ideia de que era necessário manter os direitos das adaptações de Tolkien ainda sob o domínio da Warner, o novo longa spin-off de fantasia que se passa 200 anos antes dos eventos da saga principal, é na verdade uma virada ainda mais acertada de uma equipe que sabe tratar com dignidade todos os aspectos de um universo ultra rico e cheio de nuances conceituais.
A história de passa antes dos eventos da saga do anel, e viaja até as terras de Rohan na batalha que fica travada contra os Terrapardendes, sob a liderança de Héra (Gaia Wise), filha do Rei de Rohan (Brian Cox), que ao ser pedida em casamento por Wulf (Luke Pasquialino), recusa a proposta, e como forma de manter seus domínios, Freca (Shaun Dooley), é morto pelas mãos do rei, e num ato de revolta, Wulf então organiza um exército em vias de se vingar e conquistar os territórios de todo o reino.
Primeiramente é preciso observar que a liderança feminina aqui é uma aposta digna e muito bem acabada nesse cânone, já que Héra é apenas citada nos textos Tolkianos sem sequer ter o nome citado, logo os roteiristas se debruçaram sobre esse material dando corpo a ideia do que seria essa personagem e sua liderança dessa história fundamental para o que viria a seguir na construção do Abismo de Helm, e que trabalho excepcional foi feito.
Héra representa um tipo de personagem que vai além da ideia de gênero ao se colocar sempre em destaque com tranquilidade, altruísmo e construção de liderança diante dos eventos que se sucedem nas mais de 2h de projeção do longa animado. Ela não só chama atenção pelo desenho autêntico em tela mas também da condução de voz feita de maneira brilhante por Gaia Wise, aliás, todos do conjunto faz o melhor aqui ao lado de uma sonoridade de reverência aos filmes e produções que vieram antes, com trilha sonora que não só remete, mas atualiza esse espírito de aventura, temos e coragem daquele mundo.
A renovação dessa franquia, com um novo olhar, prova que O Senhor dos Anéis pode não só ser contada em qualquer mídia, mesmo que seja num aspecto artesanal em que paisagens e acabamento sejam desde um bom filme para todos aqueles que amam o material base.
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