Segundo o Relatório Anual de Segurança Viária, da Autarquia Municipal de Trânsito (AMC), dos 11.338 acidentes de trânsito em Fortaleza no ano de 2023, em 157 deles resultaram em mortes. De todas essas fatalidades, 82 casos foram de motociclistas ou de passageiros deste tipo de veículos, representando uma taxa de 52%.
Apesar da grande quantidade de mortes no transito, o relatório afirma que a capital cearense teve uma redução de 58,4% neste índice. Contudo, o número de óbitos de ocupantes de motocicletas sofreu um aumento, visto que, em 2022, ocorreram 75 fatalidades, representando um crescimento de 9,3%.
Mortes por categoria em 2023:
- Motociciclistas: 48,4%
- Pedestres: 38,2%
- Ciclista: 8,3%
- Passageiro 2 rodas: 3,8%
- Condutor 4+ rodas: 1,3%
A pesquisa realizada pela AMC ainda detalha que o “perfil básico” das mortes em Fortaleza são motoqueiros homens de 30 a 59 anos, fora transeuntes do sexo masculino, com mais de 60 anos de idade. Saulo Oliveira, coordenador do Núcleo de Segurança Viária da AMC, afirma que esse índice de fatalidades de motociclistas aumentou devido ao crescimento de 46% na quantidade de motocicletas na Capital entre os anos de 2014 e 2023.
O relatório também revelou que a proporção de motos detectadas nos equipamentos de fiscalização eletrônica aumentou de 11% em 2019 para 22% em 2024, representando que a locomoção através desse tipo de veículo aumentou praticamente em duas vezes nos últimos cinco anos. Oliveira diz que esse comportamento coincide com um fenômeno surgido durante a pandemia, que é o crescimento das entregas por aplicativos, que se mantiveram e se fortaleceram no pós-pandemia, fora o aumento no transporte por aplicativo por motos.
O coordenador do Núcleo de Segurança Viária da AMC ainda destaca que ocorreu um aumento nos comportamentos de risco de motociclistas. O relatório detalha que um um a cada três usuários de motocicletas ultrapassa o limite de velocidade permitido pelas ruas de Fortaleza.
A capital cearense, segundo Oliveira, tem um grande investimento em ações de gestão das velocidades, no que corresponde ao aumento da infraestrutura cicloviária, expansão e melhorias na rede semafórica. “Para o caso de Fortaleza, estudo antes e depois para avaliação no desempenho da segurança viária nas vias que passaram pela readequação de velocidade apontam uma redução de 68% nos sinistros com vítima fatal. Para o caso das motocicletas, a redução das mortes foi ainda mais acentuada, chegando a 78% entres esses usuários nas vias que tiveram as velocidades readequadas”, disse o coordenador.
O segundo semestre de 2023 foi o período com mais mortes, no qual os meses de dezembro e junho foram aqueles com a maior quantidade de acidentes de transito, sendo, respectivamente, 1.066 e 1.001 casos. Além disso, a AMC afirma que a maioria das ocorrências acontece às sextas-feiras, segundas-feiras e nos finais de semana, dias que o consumo de álcool é maior.
Acompanhe mais notícias da Rede ANC através do Instagram, Spotify ou da Rádio ANC