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Data Favela: no Ceará, 44% não deixariam o crime e 41% deixariam

Foto: Reprodução

No Ceará, 44% das pessoas envolvidas com atividades criminosas não abandonaria o crime mesmo “tivesse uma oportunidade de deixar o que faz hoje no crime”. Outras 41% deixariam. O dado é do levantamento inédito “Raio-X da Vida Real”, divulgado pelo instituto de pesquisa Data Favela.

No Brasil, 58% disseram que sairiam do crime, 31% afirmaram que não deixariam o crime e 11% não responderam.

Empreendedorismo (22%), emprego formal (20%) e trabalho com flexibilidade (15%) estão entre os principais motivos que fariam com que os entrevistados abandonassem o mundo do crime.

O estudo busca compreender a dinâmica social por trás de redes criminosas, a partir do ponto de vista dos próprios envolvidos com o crime. Em quase 4 mil entrevistas, foram reunidas informações sobre perfil, renda, trajetória, saúde, profissão, sonho, família, consumo e expectativas, em 23 estados brasileiros.

Data favela: perfil nacional

Quase 80% das pessoas ligadas a atividades criminosas, sobretudo ao tráfico de drogas, no Brasil são homens; 74% negros; e metade, jovens entre 13 e 26 anos. Cerca de 80% nasceram e cresceram na favela e 42% não concluíram o ensino fundamental.

Em nível nacional, o principal motivo que levou à entrada no crime foi “falta de dinheiro/necessidade”.

Do total, 52% dos entrevistados disseram ter filhos. Destes, 84% afirmam que não permitiriam que seu/sua filho(a) ingressasse no crime.

Com relação ao uso de drogas ilícitas, 63% dos entrevistados declararam fazer uso frequente.

Perguntados sobre qual seria o maior sonho de consumo, os entrevistados responderam majoritariamente 28% “ter uma casa” e, em segundo lugar, “comprar uma casa para minha família 25%”.

A pesquisa revela que o mercado do tráfico reproduz as desigualdades da sociedade brasileira: 63% dos entrevistados ganham até dois salários mínimos mensais, algo em torno de 3 mil reais.

Pouco mais de um terço das pessoas que atuam no tráfico de drogas exerce outras atividades legais. Existe uma passarela entre atividades lícitas e ilícitas que se explica pela baixa remuneração da atividade criminal.

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