Após uma longa parceria, as relações políticas entre Carlomano Marques, presidente do MDB de Pacatuba, e o prefeito Rafael Marques (PSB) se romperam. Através de sua plataforma de rede social, Carlomano anunciou publicamente o fim de sua afiliação político-partidária com o Prefeito Rafael Marques, declarando sua intenção de lançar ou apoiar outra candidatura.
Carlomano explicou que sua decisão foi motivada pela tentativa de manipulação política, comparando-a à situação envolvendo “Erika e Tio Paulo”, e afirmou sua fidelidade ao povo pacatubano.
Logo após cortar os laços com seu sobrinho, o presidente do MDB anunciou sua intenção de investigar as questões relacionadas ao déficit no PacatubaPrev. Deixou ainda um aviso direto ao ex-deputado Leonardo Araújo e ao próprio Rafael Marques: “quem tiver perna, que corra”.
Após a repercussão das publicações nas redes sociais, na sessão da Câmara Municipal de Pacatuba que aconteceu nesta terça-feira (23), vereadores mostraram suas indignações. “Se for um circo, Carlomano deu um tiro no pé”, declarou o vereador Ênio Medeiros do Carmo (REP).
“Esse que talvez seja o maior escândalo da história de Pacatuba dos seus 154 anos, 41 milhões que tinham sido deixados pela gestão anterior no PacatubaPrev e não está mais, isso quem vai pagar a conta, a curto e médio prazo é o servidor, é o contribuinte, é o pacatubano que vai acabar pagando por essa má gestão, no PacatubaPrev e na Prefeitura de Pacatuba”, destacou o vereador Pedro Bertoldo (União Brasil)
Operação Pacatuba
Em 2023 o prefeito em exercício de Pacatuba, Rafael Marques (PSB), e o ex-prefeito, Carlomano Marques (MDB), foram alvos de mandados de busca e apreensão, como parte da “Operação Pacatuba” conduzida pelo Ministério Público. A investigação visa apurar a possível apropriação indébita de bens e desvio de verbas públicas em contratos do município, os quais teriam sido realizados sem o devido processo de licitação, com um escritório de advocacia de sociedade individual.
Esses mandados foram requeridos pela Procuradoria de Justiça dos Crimes contra a Administração Pública (Procap) do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) em outubro de 2022.
Ano novo
Em 2024, Carlomano voltou a ser acusado por improbidade administrativa pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE). O ex-prefeito, a então secretária de Educação, Ana Kelly Pinto Cavalcante e Arleudisia Rodrigues de Matos, responsável pelo setor de compras da Prefeitura, foram acusados de superfaturamento na aquisição do material didático.
Conforme as investigações do MPCE, o superfaturamento na aquisição do material didático decorreu da tentativa de beneficiar a sobrinha do prefeito, que é esposa do sócio da distribuidora de livros.