PUBLICIDADE

Deputada Dayany Bittencourt propõe projeto de lei para endurecer penas após soltura de estuprador em Fortaleza

A soltura de Edilson Florêncio da Conceição, conhecido como “Edilson Moicano”, provocou indignação nas redes sociais e reacendeu o debate sobre a eficácia das leis penais brasileiras no combate à violência sexual. Condenado a 8 anos e dois meses de prisão por estuprar uma passageira após uma festa no bairro Edson Queiroz, em Fortaleza, o lutador recebeu o direito de recorrer em liberdade e deixou a prisão nesta segunda-feira (9), apenas cinco meses após o crime.

O caso aconteceu em janeiro deste ano. A vítima, a empresária cearense Renata Coan Cudh, havia solicitado um carro de aplicativo quando foi surpreendida pela mudança de rota. Segundo o processo, o motorista desviou o trajeto para um matagal, a imobilizou com um golpe de artes marciais (“mata-leão”) e, após desmaiar, ela acordou sendo violentada e enforcada. Edilson foi preso em flagrante por policiais militares no local.

Apesar da gravidade do crime, de laudos periciais, do depoimento de três PMs como testemunhas e da própria confissão do agressor, a Justiça concedeu a ele o direito de recorrer em liberdade por ser réu primário. A decisão causou revolta e levou Renata a publicar, nesta semana, um vídeo emocionado nas redes sociais. “O sistema está dizendo para outras mulheres que forem violentadas amanhã, hoje ou agora que a palavra delas não basta, que nenhuma confusão basta, que o agressor vai sair por aí pela porta da frente”, desabafou.

Projeto de lei propõe endurecimento das penas

A repercussão do caso levou a deputada federal Dayany Bittencourt (União/CE) a protocolar nesta terça-feira (10) o Projeto de Lei 2762/2025, que propõe o endurecimento das penas para estupradores. A proposta obriga o início do cumprimento da pena em regime fechado e prevê o aumento da punição para esse tipo de crime.

Deputada Dayany Bittencourt propõe projeto de lei para endurecer penas após soltura de estuprador em Fortaleza

Em homenagem à empresária, o projeto será batizado de “Lei Renata Coan Cudh”. “A sociedade brasileira não pode mais aceitar a naturalização da violência sexual. É hora de endurecer a legislação e garantir que crimes tão repulsivos sejam punidos com a severidade que merecem”, afirmou Dayany.

Além do aspecto punitivo, a parlamentar também defende que a medida ajude a prevenir novos casos, a proteger a integridade das vítimas e a reforçar o papel do sistema penal na preservação da dignidade das mulheres brasileiras.

Relembre o caso

O motorista de aplicativo e lutador MMA, Edilson Florêncio da Conceição, conhecido como “Edilson Moicano“, estava preso desde o dia 19 de janeiro, quando foi pego em flagrante por policiais militares atacando a vítima em um matagal nas proximidades do evento.

No trajeto, o motorista desviou o veículo para o local, imobilizou a vítima com um golpe conhecido como “mata-leão” e, quando ela acordou, já estava no matagal. Quando recobrou a consciência, o agressor estava cometendo o estupro, enquanto a enforcava e dizia que iria matá-la.

A decisão que levou à soltura de Edilson causou a indignação da empresária Renata Coan Cudh, vítima de Edilson, que publicou um vídeo falando pela primeira vez sobre o caso e pediu ajuda para que o estuprador volte à prisão.

“Mesmo com o depoimento de três policiais, testemunhas oculares, exame de perícia, o réu confessando o crime e toda a violência que sofri, ela [juíza] julgou que ele poderia responder em liberdade por ser réu primário. O sistema está dizendo para outras mulheres que forem violentadas amanhã, hoje ou agora que a palavra delas não basta, que nenhuma confusão basta, que o agressor vai sair por aí pela porta da frente”, revelou Renata Coan no vídeo publicado nas redes sociais.

Acompanhe mais notícias da Rede ANC através do Instagram, Spotify ou da Rádio ANC.

WhatsApp
Facebook
Twitter
Telegram
Imprimir