A Notícia do Ceará
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Deputado Renato Roseno lembra os 60 anos do Golpe Militar

Na madrugada do dia 02 de abril de 1964 um presidente da República foi destituído do cargo por um Golpe Militar. Em um Congresso Nacional esvaziado, sem quórum qualificado para deliberar, João Goulart foi afastado. Começava aí um regime que perdurou por 21 anos e que deixou marcas em várias gerações de brasileiros. Na sessão desta terça-feira, da tribuna da Assembleia Legislativa do Ceará, o deputado Renato Roseno (PSOL) lembrou os que lutaram pelo fim da Ditadura, pela Democracia. “Por que é necessário lembrar do passado? Para não repetir no presente”, disse Renato Roseno.

De 1964 a 1985, o Brasil foi comandado por militares. O Congresso decretou a vacância do cargo sem se importar com o fato de João Goulart estar em território brasileiro. Assim como o presidente da República foi afastado do cargo, parlamentares que exerciam mandatos naquele período também foram perseguidos. Da tribuna da Assembleia do Ceará, Renato Roseno lembrou o legislativo cearense “sofreu na carne” os efeitos da Ditadura. “A Assembleia Legislativa do Ceará foi a que mais teve deputados estaduais cassados. Lamentavelmente tem gente que tem saudade da ditadura e que até hoje pensa em golpe”, frisou.

O deputado lembrou que em várias ocasiões o Congresso Nacional foi fechado. Jovens foram perseguidos, mães não tiverem o direito de enterrar seus filhos, mulheres grávidas foram torturadas. “Por isso a gente precisa de política nacional de Memória, Verdade e Justiça. Memória pra que a gente nunca se esqueça, Verdade para que não se repita e Justiça para aqueles que foram agentes do Estado, e cometeram crimes, que sejam responsabilizados”, defendeu Renato Roseno.

Dois deputados da atual legislatura, Sérgio Aguiar e Cláudio Pinho, ocupam cadeiras no parlamento cearense onde antes, no período da Ditadura, seus antepassados foram cassados pelo regime militar. O avô se Sérgio, Murilo Aguiar, e o pai de Cláudio Pinho, Barros Pinho, integram a lista de parlamentares cearenses que tiveram os mandatos cassados. “Passados 60 anos, é necessário repetir: Ditadura nunca mais, Democracia sempre”, finalizou Renato Roseno.

DITADURA MILITAR NO PARLAMENTO CEARENSE

Em 10 de abril de 1964, seis deputados estaduais do Estado do Ceará foram cassados por motivos políticos: Raimundo Ivan, José Pontes Neto, Amadeu Arrais, José Fiúza Gomes, Aníbal Fernandes Bonavides e Blanchard Girão. Todos foram presos no 23º Batalhão de Caçadores.

Em 17 de outubro do mesmo ano, foram destituídos os deputados estaduais Cândido Ribeiro Neto, Aurimar Pontes, Amadeu Ferreira Gomes e Francisco Vasconcelos de Arruda. Em 13 de março de 1969, também perderam o mandato, por força do regime de exceção os deputados estaduais Murilo Aguiar, Dorian Sampaio, Moslair Cordeiro Leite, Ernani Viana, Firmo de Aguiar, Ximenes Neto, Haroldo Martins, Brasilino de Freitas e Luciano Magalhães. O Regime Militar também cassou cassados cinco deputados federais cearenses e três vereadores de Fortaleza.

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