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Deputados querem investigar assinatura falsificada

Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha preside sessão e votação de projetos que susta regra para calculo da Dívida dos Estados e Municípios com o Governo Federal (Antonio Cruz/Agência Brasil)

A revelação de que laudos apontam a falsificação da assinatura de um deputado na manobra que tentou enterrar o processo de cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) levou deputados de seis partidos a defenderem a apuração do caso pela Câmara e pelo Ministério Público Federal.

Hoje, deputados do PSB, PPS, Psol, Rede, PSDB e PT devem ingressar na Procuradoria-Geral da República com uma representação contra Vinícius Gurgel (PR-AP). O Conselho de Ética da Câmara também irá abrir sindicância.

A Folha de S.Paulo mostrou ontem que dois laudos grafotécnicos determinaram que é falsa a assinatura de Gurgel em carta de renúncia à vaga de titular no Conselho de Ética no dia da votação sobre a continuidade ou não do processo contra Cunha.

O conselho deve solicitar uma terceira análise. A depender do resultado, partidos irão pedir a cassação do mandato do deputado.

Aliado e voto declarado em Cunha, Gurgel estava fora de Brasília no dia 1º. Sua renúncia possibilitou ao PR indicar outro deputado pró-Cunha e evitar o voto de um suplente do PT, contrário ao presidente da Câmara.

Gurgel sustenta que a assinatura é sua e que eventual discrepância decorre de tê-la feito sob efeito da combinação de álcool e medicação controlada.

Consultados, os peritos descartaram relação entre as discrepâncias apontadas e efeitos de álcool ou medicação.

“Os grafismos produzidos sob estados etílicos, ou, menos ainda, de ressaca, sofrem a incidência de tremores. Na falsificação em foco, resultante de imitação lenta, os traços evidenciam indecisões”, disse o perito
Celso del Picchia. Segundo os peritos Orlando Garcia e Maria Regina Hellmeister, os “antagonismos escriturais constatados” impedem qualquer alusão de ter sido Gurgel o autor da assinatura.

A reunião do Conselho de Ética ontem se concentrou no debate sobre o caso. “Se confirmado, estamos diante de um crime. Isso é caso de polícia”, afirmou Marcos Rogério (PDT-RO), relator do processo de cassação de Cunha.

O presidente da Câmara demonstrou irritação ao ser questionado sobre o assunto. “Não sei o que aconteceu, não cabe a mim, não diz
respeito a mim.”

Saiba mais 

Tarja preta
Um dia após dizer que pode ter assinado o documento sob efeito de álcool ou de ressaca, Vinícius Gurgel foi à reunião do Conselho de Ética ontem e disse que preencheu o papel após ter misturado bebida com medicação “tarja preta”.
“Eu assinei o documento.
Eu considero que eu assinei. Pergunte para o médico se você tomar um remédio e beber no dia anterior se pode ficar com a assinatura comprometida”, afirmou.

O.P.Online

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