Apesar dos avanços tecnológicos, muitas empresas ainda dependem de sistemas legados. Esses softwares antigos continuam a desempenhar um papel importante nas operações diárias de várias organizações. No entanto, esses sistemas enfrentam desafios devido à escassez de profissionais qualificados para lidar com tais linguagens de programação, que ainda são amplamente utilizadas.
De acordo com uma pesquisa global da Micro Focus, realizada com mais de mil especialistas em 49 países, nove em cada dez empresas ainda utilizam o Common Business Oriented Language (Cobol). Esta linguagem de programação, que possui mais de sessenta anos de história, é especialmente prevalente em instituições financeiras, como Caixa, Banco do Brasil, Bradesco e Itaú.
Enquanto isso, a demanda por profissionais que dominam Cobol continua a crescer, resultando em salários significativamente altos. No Brasil, analistas de Cobol ganham entre R$ 3.796 e R$ 6.500, com uma média de R$ 4.700, conforme dados do Glassdoor. Por outro lado, aqueles que trabalham remotamente para o exterior podem obter remunerações que variam de US$ 13.776 a US$ 19.286 por mês, o que corresponde a R$ 65.000 a R$ 99.000.
O cenário não é muito diferente para a linguagem Delphi, que desde seu lançamento é amplamente utilizada por agências governamentais e no setor de comércio. Programadores Delphi no Brasil recebem entre R$ 8 mil e R$ 9 mil mensais, enquanto nos Estados Unidos, salários para trabalhadores remotos podem chegar a cerca de US$ 6 mil mensais, equivalente a R$ 36 mil.
Além disso, sistemas legados ainda desempenham um papel crucial no setor de saúde, gerenciando informações de pacientes e dados médicos. Um exemplo é o Sistema Único de Saúde (SUS), que usa a linguagem Mumps, criada em 1966.
Dessa forma, a escassez de especialistas em Cobol e outras linguagens antigas não apenas dificulta a manutenção e atualização dos sistemas, mas também limita a capacidade das empresas de evoluir tecnologicamente. A integração de sistemas legados com novas tecnologias é um desafio e a falta de profissionais qualificados pode complicar essa transição.
No entanto, os sistemas legados, apesar de serem confiáveis e bem integrados aos processos de negócios, podem apresentar riscos significativos durante a migração de dados. Além disso, há o alto custo de novos softwares e hardware, sem falar nos custos de treinamento.
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