Um estudo do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) revelou grandes desigualdades territoriais de renda entre os bairros de Fortaleza. O levantamento, baseado nos dados do Censo Demográfico de 2022, mostrou que o bairro Guararapes apresenta o maior valor médio de rendimento mensal por domicílio da capital, com R$ 14.775,21. Na outra ponta, o Genibaú registra o menor valor, apenas R$ 1.272,25.

A análise, divulgada nesta terça-feira (5) durante a quinta edição do evento “Ipece em Destaque”, integra o boletim Ipece/Informe nº 272, intitulado Desigualdade Territoriais de Renda: Evidências dos Bairros de Fortaleza a partir do Censo Demográfico 2022. O estudo avaliou 121 bairros distribuídos pelas 12 Secretárias Regionais de Fortaleza, além de dados em escala de regionais e setores censitários.
De acordo com o levantamento, as regiões com maiores rendimentos médios estão localizadas no leste e sudeste da cidade, em áreas com infraestrutura consolidada, como as regionais II, VII e XII. A Regional II, por exemplo, teve rendimento médio de R$ 6.916,79. Já a Regional V, no extremo oposto, aparece com a menor média: R$ 1.459,13. A média geral da cidade foi de R$ 3.084,07.
Entre os bairros com maiores rendimentos estão Cocó (R$ 13.372,43), De Lourdes (R$ 12.383,27), Meireles (R$ 12.148,10) e Aldeota (R$ 10.572,06). Já entre os bairros com menores médias, todos com valores abaixo de R$ 1.600, estão Bom Jardim, Canindezinho, Conjunto Palmeiras, Parque Presidente Vargas e Genibaú.
No cenário nacional, Fortaleza ocupa a 21ª posição entre as 27 capitais brasileiras em termos de renda média dos responsáveis por domicílios. A capital cearense fica atrás de outras cidades do Nordeste como Recife, Natal e Aracaju.
O estudo aponta ainda que, apesar das desigualdades internas, todas as regionais da capital cearense apresentaram rendimentos superiores ao salário mínimo vigente em 2022 (R$ 1.212,00).