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Desigualdade salarial aumenta entre homens e mulheres no Brasil

As mulheres no Brasil continuam ganhando menos que os homens no Brasil. A diferença, em média, chega a 20,7% nas empresas com mais de 100 funcionários, segundo o 2º Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, divulgado pelos Ministérios das Mulheres e do Trabalho e Emprego. O estudo, baseado nos dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2023, revela um aumento da disparidade salarial em comparação com o relatório anterior, publicado em março de 2024, quando a diferença era de 19,4%.

De acordo com o levantamento, parte dessa diferença se deve à criação de novos empregos em 2023, com 369.050 vagas preenchidas por homens e 316.751 por mulheres. No entanto, a desigualdade reflete uma questão estrutural do mercado de trabalho brasileiro. Enquanto os homens têm uma renda média de R$ 4.495,39, as mulheres recebem R$ 3.565,48.

Desigualdade salarial aumenta entre homens e mulheres no Brasil
Foto: Reprodução

A situação é ainda mais alarmante para as mulheres negras, que ganham, em média, R$ 2.745,26, valor que representa apenas 50,2% do salário dos homens não negros (R$ 5.464,29). Já as mulheres não negras têm uma média salarial de R$ 4.249,71. Em relação a políticas de inclusão, apenas 27,9% das empresas relataram ter programas específicos para a contratação de mulheres negras.

Outro dado relevante é a sub-representação feminina em cargos de liderança. Em 53% das empresas, menos de três mulheres ocupavam funções de gerência ou direção. Nessas posições, a diferença salarial é de 27% em favor dos homens. Em cargos de nível superior, as mulheres recebem 31,2% a menos que os homens.

O relatório também destaca que, entre as 50.692 empresas analisadas, 31% apresentaram uma diferença salarial de até 5% entre homens e mulheres. Entretanto, somente 22,9% ofereciam políticas de auxílio creche, e 20% disponibilizavam licença maternidade ou paternidade estendida, evidenciando a carência de suporte às mulheres no ambiente profissional.

Além disso, 42,7% das empresas possuíam entre 0% e 10% de mulheres negras em seus quadros de funcionários, enquanto apenas 8,2% tinham políticas de contratação para mulheres indígenas. Em um dado preocupante, 85 empresas não tinham sequer uma mulher registrada formalmente em 2023.

O relatório, que analisou 18.044.542 vínculos formais de trabalho, sendo 10,8 milhões de homens e 7,2 milhões de mulheres, revelou uma massa salarial total de R$ 782,99 bilhões e uma remuneração média de R$ 4.125,77.

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