A Federação Internacional de Diabetes (IDF) passou a reconhecer oficialmente o diabetes tipo 5. A condição, anteriormente chamada de “diabetes relacionado à desnutrição”, afeta principalmente jovens magros e desnutridos, sobretudo em países de baixa e média renda.
Estima-se que o diabetes tipo 5 afete entre 20 e 25 milhões de pessoas em todo o mundo, com maior incidência na Ásia e na África. Apesar de já ter sido descrita há cerca de 70 anos, essa forma da doença foi oficialmente classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apenas em 1985 e retirada em 1999, por falta de evidências clínicas suficientes.
Segundo especialistas, a principal hipótese é que a desnutrição em fases precoces da vida, inclusive no período gestacional, possa prejudicar o desenvolvimento das células pancreáticas, responsáveis pela produção de insulina. Isso compromete a capacidade do organismo de lançar fora o hormônio, o que difere dos mecanismos observados nos tipos 1 e 2.
De acordo com estudo publicado em 2022 na revista Diabetes Care, a condição não está associada à resistência à insulina, mas a um déficit severo na secreção do hormônio. A pesquisa reforça a necessidade de classificar o quadro como distinto dos demais tipos de diabetes.
Atualmente, não há protocolos consolidados de tratamento para o diabetes tipo 5, o que contribui para altas taxas de mortalidade. Em muitos casos, os pacientes não sobrevivem mais de um ano após o diagnóstico. Nesse cenário, a IDF busca evoluir no diagnóstico e na elaboração de terapias adequadas para a condição.
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