Dirigido por André Øvredal (A Autópsia), Drácula: A Última Viagem de Deméter é a nova tentativa da Universal Pictures engatar os monstros mais famosos do cinema para uma nova geração. Porém, assim como projeto anteriores, se mostra mais uma investida falha.
Acompanhamos o personagem de Corey Hawkins (Um Bairro de Nova York) entrando para a tripulação do navio Deméter, comandado pelo capitão vivido por Liam Cunningham (Game of Thrones) e pelo seu imediato, interpretado por David Dastmalchian (O Esquadrão Suicida). A caminho da Inglaterra a equipe do navio descobre que uma criatura está matando todos os animais e os tripulantes do local. Agora os personagens precisam descobrir como chegar ao destino antes de serem mortos, ou como matar o próprio Drácula.
A ideia do projeto é no mínimo interessante, visto que se trata de um monstro clássico do cinema e um cenário incomum para o gênero de terror. Contudo, na prática temos uma narrativa arrastada, onde não conseguimos nos conectar com nenhum dos personagens em tela, ao ponto de nos referirmos a todos pelos nomes de seus intérpretes e não pelos nomes na história.
Além disso, o Drácula em si também não se mostra interessante. Apesar da direção de arte ter colocado sua caracterização como algo mais próximo ao Nosferatu, no final das contas ele parece mais um personagem genérico de um game de terror. E se não fosse o suficiente, o roteiro de Bragi F. Schut (Samaritano) e Zak Olkewicz (Trem-Bala) explora pouco sua mitologia, o tratando apenas como um monstro sem camadas.
Os momentos que deveriam ser mais aterrorizantes, são pouquíssimos inspirados, onde mal conseguem lhe deixar apreensivo. Além do mais, a direção coloca jump scares muito previsíveis, e mal conseguem assustar o espectador com cenas que deveriam ser visualmente chocantes. E mesmo em filmes de terror, é possível haver cenas com uma carga dramática, coisa que também não acontece, apesar de haver a oportunidade, principalmente entre os personagens vividos por Cunningham e Woody Norman (Sempre Em Frente).
Em seu encerramento, o filme ainda cria um gancho para uma sequência, mostrando que esse monstro que acompanhamos ainda irá se tornar o Conde Drácula. Particularmente, isso dá uma sensação de perdemos tempo com que assistimos, visto que o mais interessante do personagem ainda irá acontecer futuramente. Algo que não deve ocorrer, visto que a projeção na bilheteria não é favorável para projetos futuros.
Por fim, Drácula: A Última Viagem de Deméter é mais uma tentativa frustrada da Universal Pictures voltar a emplacar um dos monstros clássicos do cinema. Mesmo possuindo uma boa premissa, um bom cenário e um elenco capacitado, o filme é no fim desinteressante e mal consegue minimamente assustar o espectador.
Também leia nossas críticas de Gran Turismo, Besouro Azul e Fale Comigo.
Nota: 5/10