A Associação Cearense de Emissoras de Rádio e Televisão (Acert) promoveu, nos dias 25 e 26 de novembro, a 16ª edição do Fala Ceará, uma convenção com radiodifusores de todo o estado. A programação discute aspectos técnicos, éticos e administrativos do meio de comunicação, visando fortalecer a atuação do setor no cenário atual da comunicação.
À Rede ANC, o presidente da Acert, Afro Lourenço, afirmou que a retomada do evento em 2022 trouxe a necessidade de atualizar os profissionais da comunicação sobre as principais inovações tecnológicas, que se tornaram ainda mais predominantes após a pandemia da Covid-19. “Trouxemos temas bem instigantes, como a tecnologia 5G, a monetização da Rádio Web, educação midiática. São temas novos, temas que não foram abordados antes, até porque é outra época. Depois desses dois anos que passamos aqui com essa questão da pandemia, essa questão econômica, eu acredito que o evento tenha transmitido para o radiodifusor ideias interessantes”, explica.
“Eu faço votos para que eles aproveitem, que eles apliquem os conhecimentos. Não adianta plantar a semente sem regar para o seu crescimento. Eu acredito que esse é o caminho para nós superarmos as dificuldades e os desafios, e fazer uma radiodifusão cada vez melhor”.
A Rede ANC marcou presença na convenção, assim como outras redes de rádio do Ceará. Para Jamil Cezar, da Rádio Dom Bosco FM de Fortaleza, a abordagem desses temas direcionada aos radiodifusores auxilia na continuidade dos empreendimentos, garantindo a sobrevivência do gênero midiático. “Eu como gestor, eu vejo que vários assuntos que foram colocados aqui são necessários para a sobrevivência do negócio. A gente viu, em uma das palestras, que muitas empresas fecham por não conseguirem sobreviver. Então quem participa de um evento como esse recebe informações que vão lhe ajudar a tomar decisões no seu trabalho, na sua empresa. E o que faz a gente se manter funcionando e crescendo é esse conteúdo. Não existe outra forma de você avançar sem não contar com a coluna do conhecimento”, destaca.
De acordo com o diretor da Rádio Marazul FM, Helder Gurgel, de Paracuru, ações que buscam incentivar a inovação na atuação dos radiodifusores são importantes para que os veículos continuem proporcionando um conteúdo que assegure as melhorias na comunidade. “Se você partir do princípio que nós recebemos uma concessão para levar a informação e a construção de uma cidadania responsável para o povo desse país, um momento desse é de extrema importância e deveria ser visto por todos os radiodifusores. Crescemos muito com o que ouvimos aqui hoje. Somos uma emissora da Região Metropolitana, mas que tem essa ansiedade por apresentar um trabalho de qualidade em benefício de sua audiência”, afirma.
Além dos radialistas da Grande Fortaleza, o evento teve foco direcionado aos veículos do interior cearense. Victor Luiz, da Rádio Brasil FM, de Icó, falou sobre como a tecnologia, que foi um dos principais temas abordados durante a programação, deve ser utilizada para engrandecer a atuação das rádios. “É preciso acompanhar essa evolução da tecnologia. A gente acompanhou aqui a novidade do 5G, dessa grande revolução da tecnologia, e o rádio precisa acompanhar. Falaram da questão do segmento, saber quem é o ouvinte, então foi muito importante. […] Estamos levando muitas novidades na bagagem, retornando para Icó para colocar em prática na Brasil FM”, explica.
O diretor da Rádio Poty FM, Marcelo Chaves, também destacou a importância dos veículos do interior estarem antenados às mudanças do mercado. “As coisas têm mudado muito, e a gente tem que se atualizar. A gente fica lá no sertão crateuense, e a gente tá lá na luta, trabalhando no dia a dia, e parar um fim de semana, dois dias no ano, para ganhar esse conhecimento fortalece a gente”, diz Chaves.
“A contribuição das palestras é excelente, e quem ganha não é o rádio da minha cidade e da minha região, e sim a radiofonia de todo o Ceará”
A paixão pelo formato move a busca pela inovação e melhoria da rádio, qualidade necessária para a sobrevivência do setor, segundo Sampaio Moreira, da Rádio Cultura FM, de Tauá. “A radiodifusão vive esse momento especial com o Fala Ceará, trazendo muitas informações importantes para nós, que fortalecemos cada vez mais as rádios. Esse é o momento em que todos os radialistas participaram e sentiram cada vez mais a força do rádio. Essa história de que o rádio está fragilizado, que está decretada a sua morte, não procede”, afirma.
De acordo com Afro Lourenço, a população é a principal beneficiária das melhorias direcionadas às rádios do Ceará. “É para que nós consigamos ter, no público ouvinte e telespectador, uma consciência crítica melhor quanto à informação e sobre os conteúdos e as fontes de informação”, encerra.
