
Abuso de poder político e econômico, realização de showmícios e até a compra de votos. Esses são exemplos de atitudes irregulares cometidas por determinados prefeitos do Ceará ao longo da campanha de 2024. Essas ações, vedadas pela Justiça Eleitoral, podem culminar na cassação de mandato e inelegibilidade, por exemplo. No Estado, cerca de oito municípios podem realizar novas eleições. Em um deles, o processo eleitoral já tem data marcada: no dia 6 de julho, eleitores da cidade de Senador Sá retornarão às urnas para escolher os novos prefeito e vice.
No município de Senador Sá, Bel Júnior (prefeito) e Professora Maria (vice), ambos do Partido Progressistas, tiveram o mandato cassado após cometerem condutas vedadas pela Justiça. Em uma delas, ponto alto para a reunião de provas que terminou na cassação, os políticos realizaram um evento intitulado de “Cavalgada do Bel”. Na ocasião, os gestores realizaram o conhecido showmício, com a distribuição de kits personalizados adquiridos com recursos públicos.
No entendimento da Justiça, essa atitude fere o direito de isonomia e pode influenciar a preferência do eleitorado de maneira vantajosa, mas indevida. Senador Sá faz parte da lista de oito municípios cearenses que vivem esse impasse sobre a situação política local. Nos demais, a compra de votos e até mesmo envolvimento com organizações criminosas podem fazer com que gestores eleitos em 2024 venham a perder o direito de dar continuidade aos seus mandatos.
Confira a lista dos oito municípios e as causas de uma possível eleição suplementar:
Abaiara;
Aurora;
Barbalha;
Barroquinha;
Choró;
Potiretama;
Santa Quitéria;
Senador Sá (com eleição suplementar já marcada).
Situação de cada município
Abaiara
O prefeito Angim e o vice-prefeito Ricardo Leite, ambos do PT, tiveram seus mandatos cassados por decisão da 26ª Zona Eleitoral. O juiz convocou eleições suplementares para os cargos majoritários.
Aurora
O município está entre os que podem passar por eleições suplementares, conforme decisões judiciais relacionadas a irregularidades eleitorais. Entre os atos ilícitos, a prefeitura é acusada de contratar funcionários temporários fora do período permitido, além de investir o aumento de R$ 5 milhões em folha de pessoal
Barbalha
Incluído na lista de municípios com possibilidade de eleições suplementares devido a decisões judiciais sobre irregularidades eleitorais, incluindo contratações temporárias e distribuição de benefícios sociais.
Barroquinha
Também figura entre os municípios que podem ter eleições suplementares por conta de decisões judiciais relacionadas a irregularidades eleitorais. As acusações dão conta de abuso de poder político e econômico. As suspeitas são de que os envolvidos tenham utilizado recursos que deveriam ser utilizados nas candidaturas representadas por minorias, o que fere o princípio de incentivo à representatividade.
Choró
Considerado foragido da Justiça, Bebeto do Choró (PSB) foi alvo de duas operações. Uma delas, conduzida pela Polícia Federal, investiga a compra de votos nas eleições municipais. Já as investigações do Ministério Público analisam atos ilícitos de contratos de prestação de serviço de abastecimento de veículos. Além disso, Bebeto também é investigado pelo uso indevido de recursos advindos de emendas parlamentares. Nesse contexto, um dos suspeitos de contribuir para essa prática é o deputado federal Júnior Mano (PSB).
Potiretama
O prefeito Luan Dantas (PP) foi preso preventivamente sob suspeita de envolvimento com facções criminosas e de ter encomendado um incêndio criminoso contra a propriedade de um adversário político.
Santa Quitéria
O Ministério Público Eleitoral pediu a cassação do prefeito e do vice-prefeito por suspeita de abuso de poder político nas eleições de 2024. O município está entre os que podem ter eleições suplementares, após Braguinha, prefeito de Santa Quitéria, ser acusado de envolvimento com facção criminosa.
Segundo o Ministério Público Eleitoral, esse envolvimento teria auxiliado a coagir eleitores, candidatos e funcionários da Justiça Eleitoral durante o pleito do ano passado.
Senador Sá
No município de Senador Sá, Bel Júnior (prefeito) e Professora Maria (vice), ambos do Partido Progressistas, tiveram o mandato cassado após cometerem condutas vedadas pela Justiça. Em uma delas, ponto alto para a reunião de provas que terminou na cassação, os políticos realizaram um evento intitulado de “Cavalgada do Bel”. Na ocasião, os gestores realizaram o conhecido showmício, com a distribuição de kits personalizados adquiridos com recursos públicos.
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