O governador Elmano de Freitas (PT), em entrevista coletiva nesta terça-feira (19/03), cobrou mais investimentos da Enel Ceará no Estado. Segundo Elmano, havia a intenção da concessionária ser vendida para outra empresa, mas a negociação não se concretizou. O governador afirmou que por conta desse processo de negociação, a Enel reduziu os investimentos no Ceará. A falta desses investimentos têm gerado transtornos e prejuízos à população. Nem os equipamentos do Governo têm sido poupados das falhas na prestação do serviço da concessionária. “Nós temos escolas, nós tivemos postos de saúde, nós tivemos melhorias de leitos de UTI neonatal em Fortaleza, que eu tive que alugar gerador porque não tinha ligação da Enel”, revelou Elmano.
Questionado sobre a cassação da concessão de licença da Enel para operar no Estado, Elmano lembrou que com a privatização da Coelce, em 1998, ainda no governo Tasso Jereissati, a distribuição de energia no Ceará ficou à cargo da iniciativa privada. Ele lembrou que a regulação do sistema elétrico brasileiro não é uma atribuição dos governos estaduais, mas do Governo Federal, através da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). “O que nós estamos exigindo da Enel é que ela apresente um plano de investimento no Ceará muito superior ao que ela fez no último período”, frisou.
CPI DA ENEL
A Enel Ceará tem sido alvo de investigação pela Assembleia Legislativa do Ceará, através de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura os problemas na prestação de serviço pela concessionária. Na semana passada foram realizadas várias audiências nos municípios cearenses para ouvir os relatos da população sobre os danos gerados por problemas no fornecimento de energia elétrica. O presidente da CPI da Enel, deputado Fernando Santana (PT), tem adotado o slogan “Ou a Enel muda, ou se muda do Ceará”. Santana tem feito reiteradas críticas à atuação da ANEEL nessa regulação. Ao chamar o diretor da Aneel de “enrolão, mentiroso e covarde”, por não se posicionar firmemente contra a concessionária de energia elétrica, o deputado chegou a comparar a agência reguladora a um “puxadinho da Enel”, pela falta de uma atuação mais enérgica com relação ao problema.