De acordo com monitoramento da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), em 2024, 13 pacientes foram diagnosticados com Mpox. Vale lembrar que nesta semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou a doença como emergência em saúde pública de caráter mundial.
Nas últimas doenças, a Mpox gerou alerta devido ao crescimento no número de casos. O último levantamento feito no Ceará em relação a doença foi em maio deste ano, quando foi constatado que a maioria das pessoas diagnosticadas são homens de 20 a 45 anos. Já em relação aos outros aspectos, como localização, ainda serão atualizados pela Sesa.
Enquanto isso, a OMS, em julho de 2022, chegou a decretar status de emergência em razão do surto da doença em diferentes países. Agora neste ano, a entidade volta a emitir alerta.
Os primeiros casos registrados no Ceará foram em fevereiro de 2022, e até outubro de 2023, no total, 582 casos da a Mpox foram registrados, sendo a maioria em Fortaleza. No entanto, os dados de 2024 ainda serão atualizados no Integrasus, portal de dados da Sesa, então, é possível que o número seja ainda maior.
De acordo com o Ministério da Saúde, em todo o Brasil, 709 casos da doença foram registrados em 2024. Apesar de se uma quantidade significativa, ela representa uma quantidade menor quando comparado com a do ano de 2022, quando teve 10 mil casos registrados.
Desde 2022, a Mpox já causou 16 mortes no Brasil, no qual a mais recente foi em abril de 2023. Devido a essa situação, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária criou um Grupo de Emergência em Saúde Pública para conduzir e monitorar as ações referentes a doença. Além disso, o Ministério da Saúde criou o Centro de Operações de Emergência em Saúde para coordenar ações de resposta à doença.
Além de considerado uma doença de emergência em saúde pública de importância internacional, a Mpox é dita com um potencial de ser a próxima doença a causar uma nova pandemia, que é considerado o alerta de maior nível da OMS. A República Democrática do Congo reporta surtos da doença, no qual apenas em 2024 já tiveram 14 mil diagnósticos e 524 mortes.
O que é a doença Mpox?
Causada pelo mpox vírus (MPXV), do gênero Orthopoxvirus e família Poxviridae, a Mpox é uma doença zoonótica viral. Ela ficou conhecida como Monkeypox ou varíola dos macacos, contudo, por solicitação da OMS, ela passou a ser chamada apenas Mpox, devido o termo anterior ser considerada uma linguagem racista e estigmatizante ligada ao nome do vírus.
A Mpox é transmitida através de uma pessoa infectada, por meio de materiais contaminados. Porém, o contágio também pode ocorrer através de animais selvagens contaminados com o vírus.
O sintoma mais comum da doença é a erupção na pele, que é semelhante a bolhas ou feridas, com duração entre duas e quatro semanas. No entanto, a enfermidade também pode ser acompanhada por febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, apatia e gânglios inchados.
A erupção na pele pode acontecer no rosto, nas palmas das mãos, nas solas dos pés, na virilha e nas regiões genitais. Além disso, alguns pacientes também chegaram a desenvolver uma inflamação no reto, podendo causar uma dor intensa, e uma inflamação dos órgãos genitais, provocando dificuldade para urinar.
Saiba os sintomas da Mpox:
- Erupções cutâneas ou lesões de pele
- Adenomegalia – Linfonodos inchados (ínguas)
- Febre
- Dores no corpo
- Dor de cabeça
- Calafrio
- Fraqueza
Caso esteja sentindo sintomas compatíveis, o Ministério da Saúde recomendaprocurar uma unidade básica de saúde (UBS) e adotar as medidas de prevenção imediatamente.
Vale lembrar que, apesar de algumas pessoas tenham apenas sintomas menos graves, outras podem desenvolver quadros mais sérios e necessitar de atendimento em unidades de saúde.
Vacina contra a Mpox
Entendo a gravidade da doença, o Ministério da Saúde está negociando a compra de maneira emergencial de 25 mil doses de vacina contra a Mpox através da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Contudo, Nísia Trindade, ministra da Saúde, afirma que, até então, não haverá vacinação em larga escala contra a Mpox no Brasil. “No Brasil, nós vacinamos com uma licença ainda especial da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em casos muito excepcionais, para grupos muito vulneráveis, pessoas que tinham tido contato com outras pessoas doentes. Então, a vacinação nunca será uma estratégia em massa para a Mpox”, disse a ministra.
Saiba como evitar a transmissão
- Quando se aproximar de alguém infectado, a pessoa doente deve utilizar máscara (comum ou cirúrgica), sobretudo se tiver lesões na boca ou se estiver tossindo. Você também deve usar máscara
- Evite o contato pele a pele sempre que possível e use luvas descartáveis se precisar ter contato direto com as lesões
- Use máscara ao manusear vestimentas ou roupas de cama do doente, caso a pessoa infectada não possa fazê-lo sozinha
- Lave regularmente as mãos com água e sabão ou utilize álcool em gel, especialmente após o contato com uma pessoa infectada
- Roupas, lençóis, toalhas, talheres e pratos dos infectados devem ser lavados com água morna e detergente
- Limpe e desinfete todas as superfícies contaminadas e descarte os resíduos contaminados (como curativos) de forma adequada
- Em países onde há animais portadores do vírus Mpox, evite contato desprotegido com animais selvagens, sobretudo se estiverem doentes ou mortos (incluindo contato com carne e sangue do animal)
- Alimentos com partes de animais devem ser bem cozidos antes de serem consumidos
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