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Empresas de telecomunicação tentam barrar construção de usina de dessalinização na Praia do Futuro

A construção de uma usina de dessalinização de água em Fortaleza se tornou alvo de embate entre o governo estadual e o setor de telecomunicações, que tenta barrar a obra alegando riscos aos cabos submarinos que transferem dados entre o país e o mundo.

A companhia estadual de saneamento diz que já alterou o projeto para afastá-lo dos cabos e acusa as empresas de querer reservar a Praia do Futuro, onde a usina será instalada, em detrimento do abastecimento de água na capital cearense. A Companhia de Água e Esgoto (Cagece) alega que o projeto é fundamental para a segurança hídrica em Fortaleza.

A praia do Futuro, porém, é considerada estratégica pelo setor de telecomunicações, por concentrar a infraestrutura de transmissão internacional de dados do país. São hoje 17 cabos submarinos, operados por oito empresas ou consórcios, além de data centers em terra.

Empresas de telecomunicações tentam barrar construção da usina na Praia do Futuro Foto: Gettey Imagens

 

A Conexis Brasil, que reúne as maiores operadoras de telecomunicações do país, diz que acompanha com preocupação o debate e reforça a necessidade de preservar os cabos.

A primeira tentativa de aprovar a obra parou na SPU (Secretaria do Patrimônio da União), que negou em janeiro autorização para o uso da área de marinha após pareceres contrários da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e do GSI (Gabinete de Segurança Institucional).

Com investimentos previstos em R$ 526 milhões, a usina começou a ser projetada em 2017 e ainda está em fase de licenciamento pelo órgão ambiental estadual. A expectativa é que a licença saia em outubro e que as obras sejam iniciadas no primeiro trimestre de 2024.

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