Uma sentença proferida nesta quinta-feira (29/05) decidiu pela condenação da enfermeira Nara Priscila Carneiro a 28 anos de prisão pelo assassinato de Ramam Cavalcante Dantas, colega de profissão com quem mantinha um relacionamento extraconjugal. O crime ocorreu em 2017 dentro de um hospital particular no Centro de Fortaleza.
De acordo com a acusação, a motivação foi pessoal. Nara, que estava grávida da vítima, temia que a exposição da gravidez colocasse seu casamento em risco. Ramam, por outro lado, queria reconhecer a paternidade do filho. Diante do impasse, ela teria recorrido a uma injeção letal para silenciá-lo.
A investigação revelou que o homicídio aconteceu durante o expediente, na Unidade de Cuidados Especiais (UCE) do hospital, onde a acusada atuava como supervisora. Aproveitando um momento de menor circulação de pessoas, ela teria aplicado a substância que causou a morte da vítima, que era supervisor de atendimento da mesma instituição.
A princípio, o caso foi tratado como possível suicídio, mas ganhou novos rumos após a análise de imagens de segurança e depoimentos de funcionários. As gravações mostraram que ambos entraram juntos na sala onde o corpo foi encontrado, mas apenas Nara deixou o local.
Testemunhas afirmaram que o espaço ficava trancado e que apenas ela tinha acesso à chave e aos medicamentos utilizados no crime. A perícia também encontrou vestígios genéticos femininos no recipiente de cloreto de potássio usado na injeção, reforçando a acusação.
Após sete anos de espera, a Justiça autorizou o júri popular em abril de 2024, culminando na condenação desta semana. Além da pena de reclusão, Nara teve o registro profissional suspenso por 30 anos, conforme decisão do Conselho Regional de Enfermagem do Ceará (Coren-CE). O órgão considerou que a enfermeira violou diversos artigos do Código de Ética da profissão, relacionados à prática de violência, conduta criminosa e desrespeito às normas legais do exercício da enfermagem.
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