Com o início da Quaresma e a aproximação da Semana Santa, o tradicional pão de coco causa um impacto no bolso dos cearenses neste ano. O aumento no preço pode alcançar até 30%, com o principal fator sendo a elevação no valor do coco ralado in natura, cujo preço médio subiu 50%.
De acordo com a Associação Cearense de Supermercados (Acesu), apesar do aumento nos preços, a expectativa é de que as vendas do item aumentem em torno de 10%. Já segundo a análise do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Ceará (Sindipan-CE), a comercialização do pão de coco terá um crescimento de 5% em 2025, comparado ao ano anterior.
No ano passado, o preço médio do coco ralado era de R$ 12,00, mas hoje está sendo comercializado por R$ 18,00. O valor representa um aumento de 50%. Em 2024, aproximadamente 3,1 milhões de unidades de pão de coco foram vendidas no Ceará e, para este ano, a meta é alcançar 3,3 milhões de unidades, considerando padarias e supermercados.
Diante da tradicionalidade do produto no estado, o Sindipan-CE busca que o pão de coco seja reconhecido oficialmente como uma “receita cultural do cearense” pela Assembleia Legislativa do Ceará (Alece). A expectativa é que essa aprovação aconteça antes da Semana Santa deste ano.
A escassez do coco in natura é um dos principais motivos para a alta no preço, como explica a Associação Nacional dos Produtores de Coco (Aprococo). A produção de coco no Brasil está restrita a poucos estados, com o Ceará e o Pará sendo os principais produtores. A Bahia, que já foi um grande produtor, está substituindo seus plantios de coco por outras culturas, o que dificulta a oferta para atender à crescente demanda.
No ano de 2024, o Brasil importou cerca de 13,1 milhões de quilos de coco ralado. No entanto, muitos desses produtos não atendem aos padrões exigidos para a produção artesanal, uma vez que grande parte da importação provém da Ásia e é destinada, em sua maioria, à ração animal.
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