PUBLICIDADE

Estado quer recriar hospital militar no Centro de Fortaleza

O Hospital e Maternidade José Martiniano de Alencar, localizado no Centro de Fortaleza, pode voltar a ser uma unidade de saúde voltada para os militares estaduais. Isso porque o governador Elmano de Freitas (PT) encaminhou um projeto à Assembleia Legislativa que propõe transferir a administração do hospital da Secretaria da Saúde (Sesa) para a Polícia Militar do Ceará.

Pela proposta, o hospital receberia o novo nome de Hospital e Maternidade da Polícia Militar do Ceará José Martiniano de Alencar (HPM) e voltaria a atender, prioritariamente, policiais militares, bombeiros e seus familiares, incluindo filhos e companheiros. O atendimento seria voltado a demandas de média complexidade, com rotinas e protocolos específicos para essa categoria.

Estado quer recriar hospital militar no Centro de Fortaleza
Foto: Governo do Ceará

Apesar do foco nos militares, o projeto abre espaço para que o hospital continue prestando serviços ao SUS por meio de acordos com a Secretaria da Saúde. A Sesa, inclusive, afirmou que não haverá cortes nem interrupções nos serviços prestados atualmente.

Segundo a pasta, a expectativa é que apenas 30% da capacidade da unidade seja reservada ao público militar, mantendo os outros 70% para pacientes do sistema público de saúde. No entanto, essa proporção não está registrada oficialmente no texto enviado à Alece.

No momento, o José Martiniano de Alencar conta com 80 leitos de internação, sendo 20 são voltados à maternidade e oito à neonatologia. A estrutura inclui ainda três salas cirúrgicas, consultórios médicos, centro de imagens, laboratório de análises clínicas e uma clínica de fisioterapia. A unidade também é reconhecida no estado por ser referência em cirurgias bariátricas.

Estado quer recriar hospital militar no Centro de Fortaleza
Foto: Governo do Ceará

A proposta do governo menciona que o hospital passará a ser administrado diretamente pela Diretoria de Saúde da Polícia Militar. Os profissionais da Secretaria da Saúde que já atuam na unidade serão mantidos e cedidos à nova gestão, com possibilidade de receberem gratificações conforme a atuação nesse novo modelo.

Na justificativa oficial, Elmano destaca que a mudança representa o resgate da vocação original da instituição, que teve início em 1939 como hospital da Polícia Militar. A unidade permaneceu com essa função até 1993, quando passou a atender também via SUS. Já em 2011, a gestão foi totalmente assumida pela Secretaria da Saúde, tornando o atendimento 100% público.

Além da mudança na gestão do hospital, o governador também propôs a criação do Fundo de Manutenção e Aperfeiçoamento dos Serviços de Saúde Militar do Ceará (Fundsaúde Militar). Através desse Fundo, a unidade de saúde será financiada.

O texto que trata da recriação do hospital militar já recebeu mais de dez emendas, enquanto o projeto que cria o Fundsaúde já ganhou quatro emendas. Entre as sugestões, estão ampliar o público que pode ser atendido, incluindo mais tipos de dependentes dos militares, e permitir que funcionários da Saúde escolham se querem continuar na nova unidade ou migrar para outros hospitais.

O deputado Lucinildo Frota (PDT) quer manter o hospital aberto ao SUS, derrubando a exclusividade militar. Por outro lado, Sargento Reginauro (União Brasil) propôs liberar até 40% dos leitos para civis.

Para o Fundsaúde, os deputados pedem que o comitê gestor seja definido com antecedência, com representantes da Polícia Militar, dos bombeiros, do Ministério Público e de outras entidades. A sugestão pretende derrubar a proposta de que os componentes sejam escolhidos através de uma portaria futura.

Acompanhe mais notícias da Rede ANC através do Instagram, Spotify ou da Rádio ANC.

WhatsApp
Facebook
Twitter
Telegram
Imprimir