A Notícia do Ceará
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Estrutura improvisada evidencia descaso com alunos da rede municipal de Icó

O início do ano letivo para alunos da Escola de Ensino Fundamental Manoel Antônio Nunes foi marcado por desorganização e despreparo por parte da gestão municipal. Os estudantes da unidade localizada em Icó (a 360km de Fortaleza) foram submetidos a uma situação de desconforto ao serem alocados no prédio do Centro Cultural da cidade, conhecido como “Câmara e Cadeia”. Além do calor pela falta de condições que proporcionem a ventilação, o pouco espaço das salas improvisadas é insuficiente para abrigar cerca de 800 alunos.

Desde a última sexta-feira (7), quando as aulas tiveram início, os alunos do 6º ao 9º ano tiveram de ser acolhidos no referido prédio, já que a sede da escola Manoel Antônio Nunes passa por trabalhos de reformas, com previsão de entrega das obras em junho de 2020. Com isso, os estudantes permanecerão no Centro, pelo menos, até agosto deste ano.

Áudios que circulam em grupos de WhatApp e vídeos que viralizaram nas redes sociais mostram a indignação dos pais com a situação. “Não tem nenhuma estrutura; hoje não tinha nem lousa para as crianças estudarem. Hoje elas foram mandadas para casa às 10:30h. Graças a Deus, porque o calor estava matando em cada casa”, disse uma mãe ao comunicador da Rádio Brasil FM, Rubens Brasil.

Os desabafos continuaram. “A gente queria saber, como mãe, se a prefeita colaria os filhos dela para estudarem lá temporariamente que nem os nossos. E se ela gostaria de passar um dia de aula lá dentro [do prédio “Câmara e Cadeia”] com os nossos filhos pra ver se ela aguantava o calor e aquele aperto. Era só isso que eu perguntava a ela se eu visse ela, que é a coisa mais difícil aqui no Icó”, relatou.

De acordo com publicação da Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (FETAMCE), o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Icó, Irlenio Silva, enviou na manhã desta terça-feira (11) informações que dão conta do descaso. Conforme texto repassado pelo dirigente, o fato seria um “completo desrespeito a dignidade das crianças”. Além disso, as salas seriam pequenas, as carteiras amontoadas, o calor intenso, fios estariam expostos e os espaços estariam, portanto, sem as mínimas condições de aprendizado.

A reportagem do ” A Notícia do Ceará” entrou em contato com a Secretaria Municipal de Educação. De acordo com a titular da pasta, Aurineide Amaro, os problemas pontuais como a questão elétrica, por exemplo, já foram solucionados. Ela esclarece, ainda, que várias ações foram realizadas no sentido de encontrar o local que melhor se adequasse para abrigar os alunos temporariamente. Como as tentativas de alugar prédios particulares falharam, o Centro Cultural se apresentou como o local mais apropriado para abrigar os estudantes da escola Manoel Antônio Nunes.

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