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Estudiosos alertam para preservação dos golfinhos em Fortaleza

Encontrado ao longo do litoral cearense e classificado como “em perigo” de extinção, o boto-cinza, ou sotalia guianensis, demanda cuidados especiais para garantir sua sobrevivência. Agora, com a recente reinauguração da Ponte dos Ingleses, a nova torre de observação tem facilitado o avistamento dos animais. Embora outras espécies de golfinhos existam no Ceará, o boto-cinza, com até dois metros de comprimento, é mais visível devido à sua preferência por águas rasas.

Com uma expectativa de vida de cerca de 30 anos, o boto-cinza tende a permanecer na mesma área para se alimentar e se reproduzir. Segundo as estimativas, cerca de 60 indivíduos habitam a Enseada do Mucuripe. Para os interessados em avistá-los, os horários mais propícios são entre 5h e 7h da manhã e entre 8h e 10h.

Entre os melhores pontos estão Beira Mar, Praia de Iracema e Píer do Marina Park Hotel. As informações são da publicação “Avistagens de boto-cinza (sotalia guianensis) na Enseada do Mucuripe”, realizada para os Encontros Universitários da Universidade Federal do Ceará (UFC).

O estudo conduzido pela bióloga Maria Vitória Rocha Alves e pelo professor Vicente Vieira Faria incluiu 60 horas de observação, fotografias e pesquisa bibliográfica. Dos cinco locais analisados, a Praia do Náutico não apresentou avistamentos e o Porto do Mucuripe não permite livre circulação. A permanência dos botos em cada local variou entre cinco e 47 minutos.

Estudiosos alertam para preservação dos golfinhos em Fortaleza
Foto: Cinthya Leite/Aquasis

Além de seu papel ecológico, os golfinhos são considerados indicadores da saúde ambiental, refletindo a qualidade da água e o estado dos ecossistemas costeiros. Desde 2012, por meio da Lei nº 9.949, os golfinhos são reconhecidos como Patrimônio Natural de Fortaleza e o Dia 8 de Junho foi instituído como o Dia do Boto-Cinza. A legislação exige a proteção dos golfinhos, a promoção de seu status como patrimônio natural e a colaboração com entidades científicas para a conservação e monitoramento ambiental.

No Brasil, o boto-cinza está classificado como “vulnerável” à extinção. Já no Ceará, o status de conservação é “em perigo”, conforme a Secretaria do Meio Ambiente e Mudança Climática (Sema). A principal ameaça à espécie é o lançamento irregular de esgoto, que contamina o mar e afeta a saúde dos golfinhos. Outros problemas incluem resíduos sólidos, microplásticos e artefatos de pesca.

Para garantir a preservação da espécie e minimizar os riscos das interações humanas é preciso respeitar o habitat natural e manter uma distância segura; minimizar a poluição sonora com motores de barcos silenciosos e reduzir a velocidade perto dos golfinhos; evitar alimentar os golfinhos, para não alterar seus padrões de caça; evitar poluição, especialmente plásticos, no mar; apoiar e participar de programas de conservação e contribuir para organizações dedicadas aos botos-cinza.

Vale ressaltar que é fundamental respeitar os pesquisadores em campo e informar avistamentos ou comportamentos incomuns para ajudar na conservação. Para isso, o telefone da ONG Aquasis é (85) 9 9800-0109.

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