O Ministério de Minas e Energia (MME) revelou um estudo que projeta a criação de mais de 516 mil empregos no Brasil até 2050 através da energia eólica offshore, considerando o cenário mais otimista. O levantamento, elaborado pelo Grupo Banco Mundial em parceria com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), indica um valor agregado bruto mínimo de R$ 900 bilhões para a economia brasileira, com um potencial técnico superior a 1.200 gigawatts (GW) — quatro vezes a capacidade atual instalada no país.
O documento “Cenários para o Desenvolvimento de Eólica Offshore no Brasil” avalia três cenários possíveis: um cenário-base, um intermediário e um ambicioso. No cenário mais modesto, a previsão é de 57 mil novos empregos, enquanto o cenário intermediário prevê a criação de 175 mil postos de trabalho.
As regiões Nordeste, Sudeste e Sul destacam-se pelo maior potencial de desenvolvimento da eólica offshore. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou que o ministério tem apoiado o setor na criação de um arcabouço regulatório para atrair investimentos. “A geração de energia elétrica a partir da eólica offshore tem um grande potencial no Brasil. O relatório é o principal estudo que as instituições poderão utilizar, aprofundando os debates do setor”, afirmou Silveira.
A eólica offshore é considerada uma peça-chave para complementar outras fontes renováveis, como a solar, a eólica onshore e a biomassa, auxiliando o Brasil a zerar suas emissões líquidas de carbono até 2050. O estudo também destaca o potencial do hidrogênio verde (H2V), que depende de fontes limpas de energia. Para atender 5% da demanda global de H2V até 2050, seria necessário cerca de 100 GW de novas energias renováveis, grande parte das quais poderia ser suprida pela eólica offshore, especialmente em áreas próximas a grandes portos como o Porto do Pecém, no Ceará.
O consultor técnico da EPE, Gustavo Ponte, destacou que o estudo oferece uma visão de longo prazo, avaliando desafios e benefícios do desenvolvimento do mercado. Entre os desafios estão os altos custos iniciais, a necessidade de modernização da infraestrutura portuária e ajustes nos leilões de energia. Apesar disso, se a eólica offshore atingir escala suficiente, poderá se tornar a nova energia hidrelétrica do Brasil, com grande capilaridade, especialmente na região Nordeste, onde as condições de vento são favoráveis.
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