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Estudo aponta recuperação do solo na Caatinga e potencial para retirada de carbono

Pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) e do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa da USP (RCGI/USP) estão explorando os efeitos da desertificação no solo da Caatinga. O estudo, publicado na revista Applied Soil Ecology, revela que a desertificação pode reduzir a funcionalidade do solo em mais de 50%, prejudicando o crescimento de plantas e o bem-estar das comunidades locais. Além disso, essa degradação diminui a capacidade de retirada de carbono do solo, fator crucial para o combate às mudanças climáticas.

A desertificação compromete a estrutura do solo, reduzindo sua porosidade, o que dificulta a infiltração de água e acelera a erosão. A pesquisa analisou 54 amostras de terra de áreas com vegetação nativa, regiões degradadas e locais em processo de restauração no município de Irauçuba. As amostras foram coletadas durante os períodos de seca e de chuva, para avaliar o impacto sazonal nas propriedades do solo.

Estudo aponta recuperação do solo na Caatinga e potencial para sequestro de carbono
Foto: Reprodução

No entanto, surpreendentemente, áreas que passaram por processos de restauração há mais de duas décadas mostraram resultados positivos. O professor Arthur Pereira, da UFC, destaca que essas áreas cercadas, protegidas da ação humana e da circulação de animais, apresentaram índices de saúde do solo muito próximos aos das áreas de vegetação nativa.

Para avaliar a qualidade do solo, os pesquisadores utilizaram o ‘Soil Management Assessment Framework’ (Smaf), uma ferramenta que quantifica os resultados em uma escala de 0 a 100. Esta metodologia permitiu identificar áreas com maior potencial de recuperação e sequestro de carbono. A próxima etapa da pesquisa é expandir essas análises para outras regiões da Caatinga, buscando entender se os mesmos padrões de degradação e recuperação observados em Irauçuba se repetem em todo o bioma.

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