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Estudo indica que 18% dos idosos brasileiros relatam alergia alimentar

A prevalência de alergia alimentar (AA) em idosos tem sido tema de um estudo pioneiro conduzido pela Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI). Coordenado pelo professor Dr. José Laerte Boechat, o trabalho revelou que nas últimas décadas houve um crescimento dessa condição em pessoas acima de 60 anos, caracterizada por sintomas e mecanismos específicos que complicam o diagnóstico.

Alterações fisiológicas típicas do envelhecimento estão entre os principais fatores que aumentam a vulnerabilidade dos idosos à AA. Conforme explica o médico, mudanças na microbiota intestinal, fragilidade da barreira intestinal e a imunosenescência – marcada por uma predominância do padrão imunológico Th2 – estão associadas a inflamações crônicas no tecido intestinal. Além disso, hábitos como o consumo excessivo de álcool, infecções persistentes e o uso constante de múltiplos medicamentos também ampliam o risco de sensibilização a alérgenos.

Estudo indica que 18% dos idosos brasileiros relatam alergia alimentar
Foto: Reprodução

Essa foi a primeira vez que o Brasil realizou um estudo próprio, com um levantamento epidemiológico realizado com metodologia validada na língua portuguesa. A pesquisa abrangeu idosos brasileiros com 60 anos ou mais. A coleta de dados ocorreu entre outubro de 2022 e outubro de 2023, envolvendo 632 participantes de todas as regiões do país. Médicos alergistas da ASBAI aplicaram questionários padronizados para mapear a prevalência de AA auto-relatada e traçar um panorama nacional sobre o tema.

Os resultados iniciais apontam que entre 5,5% e 18,8% dos idosos relataram sintomas compatíveis com alergias alimentares. As mulheres e aqueles com histórico de alergias, seja pessoal ou familiar, foram os grupos mais afetados.

Entre os alimentos mais frequentemente associados às reações alérgicas estão frutos do mar, leite de vaca e frutas frescas. As manifestações clínicas, por sua vez, se concentraram em sintomas dermatológicos e gastrointestinais.

Embora o estudo seja baseado em auto-relato, o que pode elevar os índices observados, os dados brasileiros estão alinhados com achados semelhantes em países como os Estados Unidos.

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