Durante à coletiva de imprensa no lançamento do plano “Fortaleza Inclusiva”, o prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT), abordou com preocupação a situação da saúde pública no município, especialmente em relação ao CRIO (Centro Regional Integrado de Oncologia), onde cerca de 600 pacientes aguardam na fila por tratamento. Segundo o prefeito, a gestão atual enfrenta um cenário desafiador, herdado de administrações anteriores, com um déficit de aproximadamente R$ 500 milhões apenas na área da saúde.
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Desse montante, R$ 280 milhões referem-se exclusivamente a dívidas com organizações sociais e cooperativas, o que compromete diretamente a prestação de serviços essenciais à população. Em meio a esse contexto, Evandro destacou que sua secretária de Saúde, Dra. Riane Azevedo , já está em diálogo com os representantes do CRIO, reconhecendo a relevância da instituição e o drama vivido pelos pacientes oncológicos.
“O CRIO é importante, o CRIO vai ser escutado, vai ser ouvido, mas tudo dentro de um planejamento, de uma organização”, afirmou o prefeito, sinalizando que, embora a prioridade seja clara, as ações precisam seguir um plano estruturado de reequilíbrio financeiro e reorganização dos serviços.
Suspensão dos atendimentos do CRIO
O Centro Regional Integrado de Oncologia (CRIO) anunciou a suspensão dos atendimentos a pacientes em tratamento contra o câncer devido à falta de recursos financeiros suficientes para manter os serviços. A medida impacta diretamente mais de 600 pessoas que aguardavam ou já realizavam quimioterapia e radioterapia pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com a instituição, os repasses atuais não são suficientes para garantir o início nem a continuidade dos tratamentos planejados. Em ofício enviado no mês passado, o CRIO informou: “Nosso esforço não foi suficiente para aguardar uma solução da gestão pública e, a partir desta data, infelizmente, deixaremos de atender os pacientes que estão em tratamento, bem como os iniciais, por falta de recurso”.
O documento também destaca que o limite financeiro repassado mensalmente se esgota logo nos primeiros dias, tornando necessário um aditivo contratual urgente no valor de R$ 800 mil para manter os atendimentos oncológicos.
A coordenadora de atendimento do CRIO, Monique Lima, explicou que o valor transferido pela Prefeitura de Fortaleza atualmente não cobre toda a demanda. “Na gestão anterior, houve uma redução no nosso teto financeiro. Agora, estamos solicitando o reajuste para que possamos continuar tratando esses pacientes”, afirmou.
Após a denúncia, o Ministério Público do Ceará (MPCE) determinou, no dia 8 de julho, que a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) se manifeste oficialmente sobre a situação e avalie a possibilidade de firmar o aditivo com o CRIO.
Em nota, a SMS informou que já destinou mais de R$ 22 milhões ao CRIO em 2025, incluindo o pagamento de dívidas herdadas de gestões anteriores. A pasta também destacou a adesão ao programa federal Agora Tem Especialistas, que visa ampliar o acesso da população a serviços especializados, como consultas, exames e cirurgias, com prioridade para a área oncológica.
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