O Ceará lançou o primeiro projeto de exportação de ovinos e caprinos voltado para o mercado muçulmano. A iniciativa busca atender às normas halal, que determinam como os animais devem ser criados e abatidos, e abrir novas oportunidades para o agronegócio cearense no comércio internacional.
O projeto é resultado de uma parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) e o Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec). Conforme a SDE, um termo aditivo prevê a manutenção da Área Livre de Pragas, a operação de 11 barreiras zoofitosanitárias e a capacitação de técnicos e produtores.
Para Amílcar Silveira, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec), exportar ovinos e caprinos é mais lucrativo que vender no mercado interno e pode gerar US$ 1 bilhão em cinco anos.
“Traçamos um planejamento estratégico para exportar US$ 1 bilhão nos próximos cinco anos, ou seja, queremos dobrar as exportações do agronegócio do Ceará. Veio o tarifaço na contramão do que estava acontecendo com a gente. Estamos avaliando no mundo quais os mercados que podemos atender com os nossos, mas também estamos avaliando os produtos que o mundo precisa e que podemos produzir”, explicou.
A estratégia inicial prevê o envio de animais vivos, enquanto frigoríficos do Estado concluem a certificação halal. A expectativa é que isso ocorra até 2027. Futuramente, a meta é exportar também a carne, ampliando o alcance internacional do setor. Atualmente, a maior parte da produção permanece no mercado interno, com destaque para a indústria de curtumes. A demanda para abate ainda é restrita a pequenos produtores devido ao tamanho dos animais.
Dados
O mercado halal global movimentou US$ 1,43 trilhão em 2023 e pode chegar a US$ 2 trilhões até 2028, segundo o relatório State of the Global Islamic Economy 2023/2024. O Brasil lidera a exportação de frango e carne bovina halal, com países como Emirados Árabes Unidos, Egito, Arábia Saudita e Turquia entre os principais compradores.
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