É sabido que as chuvas trazem felicidade e esperança para os sertanejos, principalmente, os que vivem da terra para sobreviverem. E, no Sertão, em especial, quando se fala no fenômeno, a frase célebre que vem à memória é a de que “O Sertão vai Virar Mar”. Ela foi atribuída a Antônio Conselheiro, líder carismático do movimento messiânico chamado Guerra dos Canudos.
Mas, no Sobrado Dr. José Lourenço, em Fortaleza, os cearenses podem ver um contraponto ao fato ocorrido entre os anos de 1893 e 1897, no interior do estado da Baía, isso mesmo, com “ia”, no Brasil. É a exposição “O Sertão Virou Mar” a ser aberta para convidados, pelo artista visual Azol com curadoria de Marcus de Lontra Costa, logo mais às 10 horas deste sábado, 02 de abril de 2022.
Os visitantes terão a oportunidade de conhecer uma série de fotomontagens realizada a partir da sobreposição de fotografias com pinturas, combinadas com o uso de multicamadas de filtros. A intenção de Azol foi introduzir elementos dramáticos à narrativa, gerando assim, imagens que remetem ao realismo mágico.
Nessa mostra que desperta a curiosidade de muitos visitantes, o mar é uma metáfora utópica para a criação de um sertão que é o contraponto da sua realidade. As fotografias produzidas apresentam fragmentos do real que se enchem de múltiplos significados e sentimentos, transformados pelo apelo e provocação que faz à imaginação de inúmeros curiosos.
O lado rude e áspero dos ambientes registrados, na maioria dos casos, no sertão nordestino, se transforma num mundo cheio de novas realidades, aquelas em que as chuvas poderiam revelar para o inconsciente das pessoas, abundância, esperança e fertilidade.
“O mar é água, a força transformadora do sertão. Convoca-nos a construção de uma possível existência” foi o que disse o curador Marcus de Lontra, para a Assessora de Imprensa da Exposição, Roberta Fonteles.
É importante frisar, que, nessas fotos, o horizonte se estende na fronteira entre a ficção e a realidade, além de explorar situações que causam a distorção dos cenários, gerando uma representação fora do comum que amplia as percepções.
A curadoria de “O Sertão Virou Mar” lembra ainda, que as diferentes leis que regem esse mundo novo são aceitas pelos olhos da realidade óbvia do homem, convidando o observador a explorar suas próprias fantasias e sonhos.
O Artista
Formado em Cinema e Artes Gráficas nos Estados Unidos, Azol é um artista visual que já chegou a dirigir curtas-metragens e produzir conteúdos para as TVs Manchete, Bandeirantes e Globo. Também, trabalhou com publicidade e participou de projetos de criação para a Internet e vídeos institucionais de empresas.
O artista trabalha desde o ano de 2010, em seu ateliê na cidade de São Paulo, onde faz pesquisas artísticas em diversas plataformas como pintura, escultura, colagem, mural, vídeo-arte e fotografia. Ele tem obras nos acervos da Pinacoteca da FUNCARTE em Natal e, na Federação da Indústria e Comércio do Estado do Rio Grande do Norte.
Em 2020, Azol foi diplomado pela Academia de Ciências, Letras e Artes, que faz parte da Fundação de São Paulo. O artista visual integrou ainda, grupos de estudos de pintura, roteiro, além de oficinas de poesia e escrita criativa, que é, nada mais, nada menos, outra paixão sua.
Mas a sua trajetória artística é bem maior! Azol realizou exposições individuais e coletivas, no Brasil e, no exterior, a exemplo de França, Estados Unidos, além da Organização das Nações Unidas. Ele também participou de feiras de arte, no conhecido Carroussel Du Louvre, em Paris e, ainda, da ArtExpo, em Nova York.
*Serviço:
*Exposição “O Sertão Virou Mar”
*Curadoria: Marcus de Lontra Costa
>Abertura: 02 de abril de 2022 (sábado)
>Período da exposição: 02.04 a 07.05.2022
>Funcionamento:
Terça a sexta, de 09h às 16h
Sábado, 09 às 14h
>Local: Sobrado Dr. José Lourenço
Rua Major Facundo, 500 – Centro
Fortaleza – CE / CEP: 60.025-100